Acessibilidade para carros e pedestres. Eu sempre digo que a acessibilidade é uma facilidade aplicada a todas as pessoas, e não somente às pessoas com deficiência. O estudo de caso que eu trago como exemplo, tem a ver com conflitos de acessibilidade do carro ao estacionamento e a passagem de pedestres pela calçada, em frente a uma Agência dos Correios.
Várias casas ou estabelecimentos comerciais, possuem uma garagem ou vaga de estacionamento, mas entre a rua e a vaga, tem a calçada. A acessibilidade para o acesso às calçadas pelo pedestre, se dá pelas rampas que proporcionam o rebaixamento da guia. Também é comum ver um rebaixamento da calçada para os carros, mas muitas vezes, essa rampa é aplicada em toda a largura da calçada, e não somente na beirada da guia, como é feita para os pedestres.
Quando toda a largura da calçada fica inclinada, isso causa uma dificuldade para os pedestres, principalmente aqueles que usam cadeira de rodas, carrinhos de bebê, ou até mesmo para pessoas que andam mas tem dificuldade no equilíbrio, como idosos e pessoas com paralisia cerebral. Outro agravante, é que as obras na calçada, geralmente são feitas individualmente por cada imóvel, procurando fazer algo bonito e útil, mas sem pensar na acessibilidade. Com diferentes trechos de calçada, cada um com material e estrutura diferente, como um quebra-cabeça, o caminhar pela calçada pode parecer uma prova de obstáculos.
Em normas técnicas, a solução para isso é chamada de acesso do veículo ao lote. A calçada deve possuir uma faixa central livre de obstáculos, com piso plano e liso, para que a circulação das pessoas seja o mais tranquilo possível. Entre a rua e a faixa livre coloca-se uma rampa, e depois outra entre a faixa livre e a garagem ou vaga de estacionamento. Devemos pensar que o carro tem muita força, então subir essas rampas não é nada difícil, enquanto que o pedestre já não possui tanta força assim, principalmente aqueles com maior comprometimento físico.
A calçada é uma discussão antiga, não só para a acessibilidade. Já tiveram várias discussões e regulamentações, mas até hoje essa questão é bastante confusa. A calçada é pública, então deve servir a todos, o que inclui as pessoas com deficiência, e consequentemente possuir acessibilidade. A prioridade nas calçadas é do pedestre, então as facilidades criadas para os carros, não podem prejudicar o pedestre. O poder público deveria dar a liberdade dos imóveis para modificar as calçadas, mas seguindo normas de uma calçada ideal, desta forma, a liberdade é compartilhada entre todos.
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