Rampa de estande de eventos. Os eventos que tem o formato de feira, reúne vários expositores que expõem seus produtos e serviços em espaços decorados conhecidos como estandes. A maioria desses estandes tem um piso elevado de aproximadamente 10 centímetros, e esse modelo é um padrão faz muito tempo. Quando a acessibilidade começou a se tornar um assunto relevante, e pessoas com deficiência começaram a frequentar esses eventos, a questão da acessibilidade nos estandes começou a ser considerada.
Para vencer esse degrau criado pela elevação do piso do estande, começaram a colocar rampas de acesso. Porém muitas vezes somente isso não bastava, pois descuidadamente, colocavam objetos decorativos ou móveis na frente da rampa. Além disso, o começo da rampa, aquela parte que começa do chão, geralmente já começa com uma elevação, que aparentemente pode parecer pequena para quem anda, mas que é um obstáculo para um usuário de cadeira de rodas.
Tecnicamente, um desnível acima de 5 milímetros já é considerado um degrau. Pode parecer exagero, mas se você empurrar a cadeira de rodas, mantendo o contado da roda no chão, e tentar ultrapassar esse desnível de 5 milímetros, é provável que ela trave. A roda dianteira da cadeira de rodas, aquela pequena e geralmente de borracha maciça, é que cria essa resistência, então é ela que também entra em conflito com os buracos da calçada.
A solução para isso, é criar a rampa já considerando que ela não tenha esse degrau mínimo, ou senão, fazer um acabamento posterior, depois que o piso com a rampa já estiver montada, adicionando mais uma pequena extensão de madeira para eliminar o desnível e realmente conseguir oferecer uma rampa segura e confortável. O vídeo abaixo consegue ilustrar bem essa situação.
Outra solução, é montar o estande sem a elevação do piso, pois em muitos casos, ele não tem nenhuma utilidade prática, serve somente como um fator decorativo. Mas se pensar bem, se não há utilidade no piso, ele dá mais trabalho para montar e gasta mais dinheiro, então retirá-lo traria benefícios para quem monta e também para os visitantes. Até porque, não é o piso que exatamente vai deixar seu espaço mais bonito.
Esse piso elevado não é bom também para pessoas sem deficiência, pois muitas vezes já vi pessoas que andam, tropeçarem nele e se machucarem. Os expositores geralmente colocam somente uma rampa de acesso, e isso acaba sendo desgastante para um cadeirante, pois sempre temos que ficar procurando aonde é a entrada. Pode parecer bobagem, mas pense que as feiras são grandes, com vários expositores, então esse processo de busca acaba se repetindo várias vezes.
Quando eu vou falar sobre rampas malfeitas nos estandes, o expositor sempre joga a culpa na empresa que montou o espaço. Em parte, eles têm razão, mas não totalmente, pois eles podem especificar o pedido, enfatizando essa questão da rampa, que seja acessível para uma cadeira de rodas. Mas as empresas montadoras já deveriam considerar a rampa, e sem o microdegrau mencionado, em todos os projetos. Isso sim deveria ser o padrão, para atender a todas as pessoas.
Se você é um expositor, mostre esse artigo para a empresa montadora. A acessibilidade no estande de exposição, vai além da rampa, então se quiser algo mais profissional, contrate minha consultoria. Eu também dou aula no MBA Gestão de Eventos e Cerimonias de Luxo da Faculdade Roberto Miranda. Se quiser aprender mais sobre acessibilidade e inclusão, nos eventos e muito mais, veja meus cursos online. Fora isso, não deixe de seguir meu perfil do Instagram e meu canal do YouTube, pois alí você vai encontrar muito conteúdo para aprender sobre o assunto.
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