O buffet acessível ideal. As melhores condições para pegar sua comida com conforto.

Man climbs CN Tower steps in wheelchair

Escrito por Ricardo Shimosakai

30 de novembro de 2022

O buffet acessível ideal. O serviço de Buffet por volta de 1800, pela necessidade de atender a uma grande quantia de pessoas nas estações de trem. O serviço atualmente é um dos mais conhecido pelo mundo inteiro. A palavra Buffet tem origem francesa, porém pode-se escrever e pronunciar “bufê”, como uma adaptação à língua portuguesa.

Uma outra versão de serviço em restaurantes, se chama “à la carte”, também uma expressão francesa, e quer dizer “como está no cardápio”, onde você escolhe no cardápio o que quer comer, e o garçom anota seu pedido, envia para a cozinha e depois traz à sua mesa. O Buffet é mais rápido, pois as comidas já estão à disposição para pegar e comer, enquanto no modo à la carte, a comida ainda será preparada. A vantagem em pedir a comida, é que ela pode ser personalizada, como nos casos onde a pessoa tem intolerância à lactose, glúten, e pode pedir ao chef de cozinha não incluir queijos ou pães na salada, ou no caso de vegetarianos ou veganos, pedir para substituir os ovos e presuntos. Inclusão também é pensar em como atender pessoas com restrições alimentares.

Mas para que uma pessoa com deficiência consiga se servir num buffet, com autonomia e segurança, é preciso levar em conta alguns critérios de acessibilidade. Primeiro vamos pontuar a questão da aproximação, que é conseguir chegar perto do buffet. Para isso, é necessário que a mesa ou bancada tenha uma altura razoável e que a parte de baixo não possua nenhum obstáculo. Dessa forma, como está demonstrado no vídeo abaixo, o cadeirante consegue chegar bem perto da mesa.

A importância de chegar bem perto da mesa, é proporcionar alcance visual, onde a pessoa consiga enxergar as comidas e fazer sua escolha. Depois de escolhida, agora é hora de colocar a comida no prato, e para isso é preciso que haja alcance manual, que a pessoa consiga alcançar a comida de forma confortável e segura. Eu já vi mesas de buffet enormes, onde era possível alcançar as comidas da borda, mas não era possível chegar aos pratos que ficavam no meio da mesa, e em alguns casos, numa prateleira acima. As colheres, conchas, garfos e pinças, ajudam a ter um alcance maior.

Quando o buffet tem pratos quentes, como arroz, feijão, massas, esses alimentos ficam num réchaud, que é uma espécie de fogareiro de metal, em prata ou inox, usado para manter a comida quente. Geralmente eles têm uma chama na parte de baixo para manter o aquecimento, e daí o recipiente onde fica a comida, acaba ficando mais alto. Isso pode ser um problema, pois se a mesa ou bancada, já tiver uma certa altura, os réchauds ficarão ainda mais altos, e com isso vão tirar todo o alcance visual e manual, ou seja, a pessoa com deficiência pode não conseguir ver e nem pegar a comida.

No buffet, também é preciso que haja espaço para apoiar o prato, caso contrário, pegar a comida com uma mão, ao mesmo tempo que segura o prato com a outra mão, não é uma tarefa tão fácil para algumas pessoas. Nesses casos, onde é preciso carregar um prato de comida, ao mesmo tempo que caminha, eu consigo equilibrar o prato em meu colo, comigo sentado na cadeira de rodas, mas para quem não tem habilidade, se tiver uma bandeja, tudo fica mais fácil. Então é bom, nos locais onde se pega o prato, oferecer bandejas é uma opção que ajuda na acessibilidade, e que na verdade, acredito que a maioria das pessoas vão gostar.

A única acessibilidade que não indico para aos buffets, são aquelas voltadas à pessoa cega. Pelo menos até hoje, ainda não conheço nenhum equipamento ou operação que permita uma pessoa cega, se servir num buffet se a ajuda de ninguém, e ainda mais com segurança. Sem contar que seria difícil ela identificar sozinha todas as comidas disponíveis, mesmo que houvesse plaquinhas em Braille em todas elas. Os réchauds são um local de perigo, pois se a pessoa cega esbarrar num deles, pode se queimar, fazer uma sujeira enorme e até criar um princípio de incêndio. Então a melhor coisa, é o atendimento capacitado e hospitaleiro, para descrever as comidas e de pois servi-la.

Nesse exemplo mostrado, dá para perceber diversos itens importantes para a acessibilidade de um buffet, que vão desde a estrutura da mesa ou bancada, passando pelos conceitos de aproximação, alcance visual e manual, entendendo a importância de acessórios como colheres, conchas e réchauds, além da importância de um atendimento capacitado. A parte da estrutura e acessórios, eu oriento na minha consultoria em acessibilidade, o atendimento inclusivo, faz parte dos meus treinamentos. Abordo tudo isso de uma forma geral em minhas palestras, e coloco em detalhes no meu Curso Online Acessibilidade e Inclusão. Se quer dicas interessantes como essas, você pode encontrar várias no meu perfil do Instagram ou no meu canal do YouTube.

 

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