Controle do banheiro acessível. O banheiro é um dos principais lugares de necessidade de acessibilidade pelas pessoas com deficiência, principalmente aquelas que possuem deficiência física. Às vezes é difícil encontrar um banheiro acessível, e muito desses não tem uma acessibilidade bem-feita, mas um outro problema é a questão do respeito das pessoas em utilizá-lo somente se tiver necessidade. Muitas vezes já encontrei pessoas utilizando o banheiro acessível sem nenhum respeito ou constrangimento.
No caso deste artigo, vou estar me referindo aos banheiros acessíveis exclusivos unissex. Esses modelos de banheiro são importantes, pois além de possuir mais espaço, permite que um acompanhante do sexo oposto também possa entrar para ajudar a pessoa com deficiência. Dependendo do lugar, só existe 1 banheiro acessível, e se este estiver ocupado, não há outra opção. Se a necessidade de uso for urgente, surge um grande problema, e por medo dessa situação, há pessoas com deficiência que sentem insegurança em sair de casa, pois não existe um controle do banheiro acessível.
Em diversos locais como aeroportos e shopping centers, já vi funcionários que se aproveitam do espaço e privacidade do banheiro acessível unissex para trocar de roupa, como se fosse um vestiário, além de outras coisas. Alguns quando saem, me pedem desculpa, sabendo que estão fazendo uma coisa errada, mas há pessoas que ignoram e fingem que nem me viram e há aquelas que ficam bravas com o mínimo olhar de repreensão, mesmo sabendo que não estão fazendo a coisa correta. Infelizmente por essas questões, é que o controle do banheiro acessível é necessário.
Controle do banheiro acessível
Já faz tempo, mas o Shopping Market Place em São Paulo, teve uma iniciativa para tentar controlar o acesso das pessoas aos banheiros acessíveis unissex. As portas dos banheiros ficavam trancadas, e foi colocado um sistema de comunicação, tipo um videofone de portaria. Quando a pessoa queria utilizar o banheiro, acionava o videofone, e uma central identificava pela câmera se era realmente uma pessoa com deficiência, e assim destrancava a porta remotamente. O sistema permanece no local até hoje, mas com algumas alterações.
Em alguns países do exterior, eu conheci um outro sistema de controle do banheiro acessível para tentar inibir a falta de respeito. Foi criada a Golden Key, que traduzindo para o português, significa Chave de Ouro. É uma chave mestra que abre todos os banheiros acessíveis, então somente quem possui a chave tem acesso ao banheiro. É claro que para ter essa chave, é preciso enviar documentos provando que você é uma pessoa com deficiência, ao órgão federal do país, que faz o controle dessas concessões. Algo parecido como o que fazem com o cartão de estacionamento DeFis, aqui no Brasil.
Quando estive na Itália, estava em uma estação de trem e precisava ir ao banheiro, mas eu não tinha a Chave de Ouro, e por isso eu não tinha o Controle do banheiro acessível. Mas havia funcionários de limpeza que abriram o banheiro para mim. Porém, acredito que nem todos os banheiros têm um funcionário presente, então isso pode ser um problema para quem não tem a chave, principalmente para turistas, pois geralmente esses tipos de benefícios são concedidos somente aos moradores. Quem sabe uma solução seria criar uma Chave de Ouro internacional, ou criar uma Chave de Ouro temporária para turistas com deficiência.
Como já disse anteriormente, muitos lugares têm acessibilidade, mas o problema é a falta de ética e respeito. Não adianta ter um banheiro acessível se as pessoas ocupam ele sem necessidade. Vagas de estacionamento acessíveis também são frequentemente ocupadas, assentos e espaços para cadeira de rodas em transportes públicos são desrespeitados e mais uma série que locais e situações, tem a acessibilidade prejudicada pela falta de educação moral das pessoas. Este é um dos grandes desafios a ser vencido, que chamado também de acessibilidade atitudinal. Para eliminar o problema pela raiz, a solução não é um controle do banheiro acessível, mas sim a educação e respeito das pessoas.
Acho muito importante entender as questões morais e de comportamento, e saber todos os problemas que acontecem, para estar preparado para resovê-los, além de conhecer as estratégias e equipamentos que podem resolver a situação. Assim se forma um especialista em acessibilidade. Tudo isso mencionado aqui, é passado em minha consultoria em acessibilidade que geralmente visa criar soluções de acessibilidade de forma ampla. Meus treinamentos, tem a ver muito com a parte comportamental, de atendimento ou convivência.
Nesses dois modelos eu entrego a coisa pronta, mas para quem quer aprender a acessibilidade e a inclusão mais a fundo, eu indico meus cursos presenciais ou online. Se quiser influenciar pessoas com o assunto, minhas palestras são bastante requisitadas e elogiadas. Confira mais de meu trabalho em minhas redes sociais, me seguindo no Instagram ou vendo o meu canal do YouTube além de acompanhas os artigos do meu blog.
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