Armadilhas de um estacionamento acessível. A acessibilidade é um quebra-cabeça de itens, que devem ser encaixados corretamente para ter um resultado satisfatório. Mas existem uma diversidade grande de situações onde a acessibilidade é necessária ser aplicada, porém as normas passam a acessibilidade de uma forma geral, confusa para quem não tem uma boa experiência no assunto.
Projetos de acessibilidade, aqueles que vem de um desenho mostrado em uma planta, elaborado seguindo as medidas corretas de normas, podem ser traiçoeiros e esconder algumas armadilhas, muito difíceis de perceber na teoria, mas que geralmente são facilmente desvendadas na prática. É por causa disso que eu desenvolvi o conceito Acessibilidade Funcional, que é baseada na prática, onde a fonte são os usuários, e diria os vários usuários, pois eles podem ter dificuldades e preferências diferentes. Não digo que as normas de acessibilidade não têm seu valor, mas afirmo que em muitas situações elas são falhas e confusas, e que a Acessibilidade Funcional tem um resultado muito melhor, pois a situação já foi testada anteriormente. E mesmo que seja uma situação inédita, faço questão de conhecer pessoalmente antes de dar um parecer.
O caso que vou apresentar aqui, é de uma vaga de estacionamento em uma rua comercial da cidade de São Paulo chamada Rua João Cachoeira, no bairro do Itaim Bibi. É uma rua comercial, com bastante lojas e bem movimentada. Existem vagas de estacionamento reservadas para pessoas com deficiência, onde é necessário utilizar o cartão de estacionamento DeFis, e o pagamento da taxa de estacionamento chamada de Zona Azul, agora operada através de aplicativo.
À primeira vista, parece estar tudo adequado, pois o local possui todos os itens necessários, como sinalização vertical, que é uma placa informativa do estacionamento, a sinalização horizontal, que é a informação pintada no piso, com os limites do espaço e mais o símbolo internacional de acessibilidade. Possui também um rebaixamento de guia, com sinalização horizontal, indicando que é proibido estacionar na faixa em frente à rampa.
Os itens estão certos, mas estão instalados de uma forma que gera um conflito. O poste onde está instalada a placa da sinalização vertical, está praticamente no meio do espaço da vaga. Veja no vídeo abaixo, que quando o carro estaciona no espaço indicado, eu até conseguiria abrir a porta e montar minha cadeira de rodas, mas depois ficaria encurralado, pois o poste ficaria logo atrás de mim, então não teria como ir para trás e nem fechar a porta. Dependendo do modelo de carro, é possível que nem abrir a porta seja possível, pois carros com a parte da frente maior, a posição da porta fica mais para trás, e poderia pegar no poste quando tentar abrir a porta.
Nessa situação, eu fui forçado a estacionar o carro mais para trás, invadindo a faixa livre de acesso à rampa. Além de obstruir o acesso, isso é ilegal e eu poderia ser multado, sem exatamente ter culpa. Ou será que eu deveria multar a prefeitura por oferecer uma vaga inadequada? Pois somente quem pode interferir em vagas de estacionamento pública, é a prefeitura, e pelo visto não há profissionais qualificados trabalhando na implantação das vagas de estacionamento.
A solução é simples, e como eu disse, se isso estivesse claro no quebra-cabeça das normas de acessibilidade, provavelmente não teria acontecido. O poste da sinalização vertical deve ficar no início da vaga, ao lado de onde começa a sinalização horizontal, assim não irá interferir em nenhum momento. Depois de mostrada a situação e explicada a solução, parece óbvio, mas por incrível que pareça, já encontrei problemas iguais em vários lugares.
Se você gostou deste conteúdo, entendeu e concorda com as minhas colocações e quer aprender mais a respeito, seguindo a linha da Acessibilidade Funcional, tenho ótimas notícias. Tenho cursos online que ensinam sobre o assunto, o primeiro e a base de todos é o Curso Online Acessibilidade e Inclusão. Nele você vai aprender os fundamentos necessários para lidar com todas as questões que envolvem o assunto em qualquer situação. É o ponto de partida, para fazer os outros cursos que já estão no disponíveis ou que ainda estou elaborando. Se você é uma empresa e quer seu negócio acessível, então tenho a minha consultoria e treinamentos. Ou se tem um evento e quer incluir a acessibilidade, me chame para dar uma palestra.
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