Boas práticas de acessibilidade na hotelaria. Os meios de hospedagem precisam seguir regras de acessibilidade para acomodar hóspedes com deficiência. Publicado no Diário Oficial da União (DOU), o Decreto n° 11.303 amplia o prazo para que hotéis, pousadas e similares possam atender ao percentual mínimo de dez por cento de dormitórios acessíveis – até o dia 3 de dezembro de 2024.
Porém, as dificuldades podem começar desde a entrada. Alguns hotéis tem degraus na entrada, e acessos alternativos escondidos e difíceis. Por vezes eu tenho que utilizar a entrada de carros para conseguir entrar. Então, caso a entrada não seja no mesmo nível da calçada, que haja rampas com inclinação aceitável ou plataformas elevatórias, ambas visíveis sinalizadas e próximas à entrada principal.
Boas práticas de acessibilidade na hotelaria
As portas, principalmente as portas dos quartos, devem ser de fácil abertura, então não podem ser pesadas, devem possuir maçanetas de monocomando, para conseguir abrir a porta com um único movimento, espaço de aproximação e também possuir puxadores na parte oposta a abertura da porta. Portas com mola não são recomendáveis pois podem atrapalhar o processo de entrada e saída, principalmente se o hóspede estiver com malas e objetos. Caso seja uma fechadura eletrônica, com abertura por cartão magnético, e este tenha um lado específico para ser inserido, deve haver uma marcação para que pessoas com deficiência visual possam identificar o lado correto.
A cama, deve ter espaço suficiente para a aproximação da cadeira de rodas e transferência do hóspede. A altura é bastante importante, ela deve ter altura aproximada do assento da cadeira de rodas, para que não haja grandes desníveis. Mesmo em hotéis que oferecem camas altas como símbolo de luxo, os quartos acessíveis não devem seguir esse padrão. Além disso, o colchão também influencia bastante. Colchões de molas ou com pouca densidade, que afundam, atrapalham na hora da transferência, pois não oferecem um ponto de apoio mais firme e seguro.
Uma das boas práticas de acessibilidade na hotelaria mais importantes, tem a ver como o banheiro. O banheiro é uma das partes mais importantes para a acessibilidade, seja nas áreas comuns, mas principalmente nos quartos. Para o banho, é recomendado que o hotel possua uma cadeira de banho, com rodas traseiras grandes para melhor locomoção, e braços removíveis ou basculantes, para facilitar a transferência.
Banquetas basculantes fixas na parede não atendem a todos os tipos de hóspedes. Além disso, deve haver livre entrada para o chuveiro, então boxes e muretas de contenção de água no piso, dificultam e até impede o acesso. Além da saída principal de água do chuveiro, deve ter uma saída alternativa, mais conhecida como chuveirinho, para facilitar o direcionamento de água.
A cadeira de banho vai auxiliar também para a utilização da bacia sanitária, mas essa também precisa ter barras de apoio lateral e traseira, além de uma ducha higiênica. A descarga deve ter fácil acionamento, por monocomando, com o acionamento com um só movimento, que seja possível acionar com o dorso do punho, sem a necessidade de pressionar com a ponta dos dedos, pois alguns não tem essa força e coordenação. Alarme de emergência deve ser instalado próximo ao piso, para que seja solicitada ajuda, caso o hóspede caia no chão. Então se eu fosse eleger qual a mais importante das boas práticas de acessibilidade na hotelaria, eu colocaria o banheiro, mas é claro que não é só isso.
A maioria dos hotéis possuem um restaurante, pelo menos para o café da manhã, e a maioria deles possui um sistema de self-service, onde o próprio hóspede se serve. Alguns conseguem se servir sozinhos, desce que haja condições de acessibilidade, que as comidas tenham alcance manual, ou seja, não estejam em altura elevada ou distantes. Oferecer bandejas ajudam a transportar as comidas até a mesa. Mas há pessoas que necessitam de ajuda, como aquelas que possuem um comprometimento maior de mobilidade ou pessoas com deficiência visual, e nesses casos entra um bom atendimento dos funcionários, em se oferecer para ajudá-los.
As boas práticas de acessibilidade na hotelaria, também inclui um atendimento hospitaleiro e inclusivo. Para pessoas surdas que se comunicam através de língua de sinais, caso o hotel não possua um funcionário fluente em Libras, é indicado possuir um serviço de central de Libras, onde a comunicação é feita através de transmissão de vídeo, com um intérprete fazendo a intermediação da conversa.
Todas essas dicas, de boas práticas de acessibilidade na hotelaria, são importantes, mas não completam todas as necessidades e obrigações que um hotel deve oferecer em relação à acessibilidade e inclusão. Para que a acessibilidade esteja da forma adequada, é importante ter a orientação de um profissional. Eu ofereço consultoria especializada para hotelaria, baseada nas necessidades dos hóspedes, além das leis e normas. Mas a inclusão não se resume à parte física do hotel, é preciso ter um atendimento inclusivo, e para isso é importante um treinamento de toda a equipe, que eu também ofereço, especializada para o mercado hoteleiro.
Para queles que preferem aprender mais a fundo sobre o tema, indico fazer o Curso Online Acessibilidade e Inclusão, onde irá aprende sobre o assunto de forma geral e com profundidade. Costumo palestrar em eventos de turismo presencial e online, como na palestra que está abaixo, a Maratona da Hospitalidade da bitz. Ofereço conteúdo gratuito através de artigos em meu blog, posts em meu perfil do instagram e vídeos no meu canal do YouTube, então me siga e aproveite!
0 comentários