Corrimão para os pés. Complemento ajuda na proteção contra quedas e acidentes.

Man climbs CN Tower steps in wheelchair

Escrito por Ricardo Shimosakai

3 de novembro de 2021

Corrimão para os pés. A instalação de corrimãos é obrigatória de acordo com a norma de acessibilidade ABNT NBR 9050, mas algumas situações não são explicadas com tanta clareza e objetividade, e por isso acaba confundindo as pessoas, desde aquelas que estão aprendendo até aquelas que já tem um conhecimento relacionado, como arquitetos.

A necessidade do corrimão se dá principalmente em rampas e escadas, e servem principalmente para orientação de direção e apoio. Para pessoas cegas, o corrimão serve como um guia, e por isso é importante também possuir identificação, através das placas em Braille nas extremidades.

A necessidade do guarda corpo, que é uma proteção a meia altura, já está sendo bastante praticada em projetos de acessibilidade, mas ainda falta o que, comparativamente falando, seria o guarda pés, que seria a proteção a baixa altura. Mesmo com minha experiência em cadeira de rodas, uma vez eu quase tive um acidente por falta dessa proteção. Felizmente meu reflexo, força e equilíbrio ajudaram a escapar de um acidente, porém não são todas as pessoas que têm a mesma condição física que eu. E mesmo eu, quem sabe numa outra ocorrência como essa, poderia não conseguir reagir a tempo, e isso traria complicações para mim e também para o estabelecimento.

Um problema na instalação de corrimãos, é quando eles estão instalados através de pilastras no chão, e com isso acaba abrindo um espaço inferior, por onde cadeira de rodas, muletas e até mesmo os pés de uma pessoa, principalmente cegos, pode acabar passando. E se do outro lado do corrimão houver um desnível, a pessoa pode se desiquilibrar e cair.

Por isso este vão livre inferior também precisa de uma proteção nesses casos, como se fosse um corrimão para os pés. Podem ser idênticos à estrutura do corrimão, mas numa altura baixa, perto do chão, da forma como está demostrado no vídeo, ou também fazer uma espécie de mureta, no próprio chão, seguindo a linha do corrimão.

Existem rampas com uma das laterais abertas, e isso é um perigo muito grande, porém somente colocar um corrimão, da forma convencional como a maioria faz, também não evita totalmente a possibilidade de acidentes. Já vi também, lugares onde havia realmente uma mureta a meia altura, e depois o corrimão nesse mesmo modelo de pilastras, completava o resto.

Também já encontrei visitei um hotel, onde colocaram placas de vidro na lateral, para tampar esse vão interno, porém não acho uma boa idéia. Esteticamente fica muito bonito, mas caso uma cadeira de rodas se choque com o vidro, ele pode se quebrar e ainda cortar a pessoa. E este tipo de choque, não é algo difícil de acontecer.

Eu elaborei um conceito chamado Acessibilidade Funcional, que se baseia na prática, principalmente com as experiências das pessoas que utilizam a acessibilidade. Várias leis e normas são criadas sem conhecer os hábitos, preferências e dificuldades das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, e por isso muitas vezes são falhas ou até mesmo erradas. Ou como a NBR 9050, que é um quebra-cabeça, com uma série de itens, que quando juntados, podem apresentar conflitos, além de ser limitante e engessado, pois não mostra uma variedade de opções de acessibilidade. Para ensinar mais sobre a Acessibilidade Funcional, eu venho criando Cursos Online onde passo todo esse conhecimento mais avançado. Indico o Curso Online Acessibilidade e Inclusão como ponto de partida, para iniciantes ou mesmo para pessoas experientes, pois ali apresento fundamentos importantes que darão base e serão necessários para entender e continuar em outros cursos mais específicos.

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