Balança adaptada para cadeirantes. Saber seu próprio peso é estar atento à sua saúde.

Man climbs CN Tower steps in wheelchair

Escrito por Ricardo Shimosakai

9 de dezembro de 2022

Balança adaptada para cadeirantes. Verificar o peso através de uma balança tem a ver com a saúde, uma medição simples, rápida, fácil e sem custo, pois geralmente as farmácias possuem uma balança à disposição para seus clientes. Porém, essas balanças são pequenas, e você precisa ficar de pé em cima dela para fazer essa medição. Então como fica as pessoas com deficiência?

Para que uma pessoa em cadeira de rodas consiga se pesar, é necessária uma balança maior, para que a pessoa junto com a cadeira de rodas consiga ficar em cima dela. Somente as balanças no modelo industrial, que são utilizadas para pesar grandes volumes e cargas pesadas, tem as características necessárias para atender ao cadeirante. Mesmo assim, é preciso prestar atenção no tamanho da base, pois ela precisa ter uma área grande o suficiente para caber diferentes modelos de cadeira de rodas.

Mas como disse, essas balanças são para cargas, e não feitas para atender pessoas com deficiência, então é preciso fazer algumas adaptações. Como a base fica elevada, é necessário colocar uma rampa de acesso, com inclinação, largura e comprimento adequado, para oferecer independência ao usuário. Para complementar, corrimões, como se fosse um cercado, além de oferecer segurança, também será útil para fazer uma estratégia na medição.

Se você subir na balança junto com a cadeira de rodas, o peso medido não será somente do seu corpo, que é o que mais interessa, e sim a soma do peso da cadeira de rodas e do seu corpo. Então é preciso descobrir o peso da cadeira de rodas, para depois subtrair do peso total, e assim saber o peso do seu corpo. Com a ajuda desses corrimões, eu consigo me suspender por alguns segundos, suficientes para ver o peso da cadeira, o que também é bom saber, pois como muitos dizem, ela faz parte de nosso corpo.

Para me suspender, apoio meus pés numa parte inferior desse cercado, e depois com os braços faço um push-up apoiado nos corrimões. O push-up é uma manobra utilizada para erguer o tronco, com a ajuda dos braços, para aliviar a pressão nas nádegas, e evitar lesões por pressão, também conhecidas como escaras. Não é em qualquer farmácia que você vai encontrar este tipo de equipamento adaptado, então é mais fácil encontrar em centros de reabilitação, clubes paradesportivos, ou lojas de cadeira de rodas, locais que tem mais a ver com o cadeirante, e que sabem da importância de saber o peso do corpo.

Como eu sempre penso além, na acessibilidade funcional para todas as pessoas, quero chamar a atenção da dificuldade de pessoas com deficiência visual também. Atualmente as balanças geralmente são digitais, e mostram o peso numa tela digital. É claro que o cego pode pedir ajuda ao farmacêutico para que ele veja o peso, mas precisamos pensar na acessibilidade com independência. Então é possível colocar um sistema de voz nesses equipamentos, que leia o resultado apertando um botão.

Isso também me traz uma reflexão, que já percebi em várias situações, onde a tecnologia ajuda em muitas situações, mas atrapalha em outras. Nesse caso, as balanças antigas eram manuais, com um sistema de pesos, onde você tinha que achar um equilíbrio entre os pesos e seu corpo, para saber o resultado, que estaria marcado numa régua que podia ser tocada, e assim conferir o valor pelo tato. A informação digital, como nos visores dos fornos de micro-ondas, televisões, máquinas de autoatendimento, na maioria das vezes são inacessíveis para a pessoa com deficiência visual. Precisamos mudar esse cenário, e a consideração das empresas e fábricas de equipamentos para atender a todos, fazendo com que tudo já seja projetado pensando na acessibilidade.

Tudo isso tem muito a ver com o meu conceito de Acessibilidade Funcional, que é pensar nos produtos e serviços, na verdade tudo, com acessibilidade de forma independente, pela visão da experiência do usuário. A minha consultoria em acessibilidade é baseada nesse conhecimento, assim como as informações passadas em minhas palestras e no conteúdo passado no meu Curso Online Acessibilidade e Inclusão. Você também pode ver mais exemplos disso no meu Instagram e no meu canal do YouTube.

 

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