Aluguel de temporada com acessibilidade. Essa modalidade de hospedagem, se caracteriza por locais privados, geralmente a residência de alguma pessoa, ou uma casa de temporada para a própria pessoa, geralmente no campo, praia ou até em cidades do interior ou centros urbanos. É diferente de um hotel, pois o hotel está aberto o ano inteiro para receber hóspedes, e as casas de temporada geralmente não. Outro diferencial pode ser a privacidade, pois o hóspede pode alugar a casa inteira, e não precisar dividir com ninguém. Mas também existem aqueles locais onde você só aluga um quarto, os banheiros, cozinhas e áreas comuns são comunitários, para dividir com outras pessoas, algo mais parecido com um albergue.
Por se tratar de uma residência particular, pelo menos inicialmente, praticamente nenhuma das casas foi pensada em ter acessibilidade, pela falta da necessidade ou pela falta da obrigação. Então é raro encontrar um local de aluguel de temporada com acessibilidade. Alguns se privilegiam por ter um espaço de circulação e ambientes mais amplos, mas isso já era o formato da casa originalmente.
Dependendo da estrutura do local e da habilidade do hóspede com deficiência, é possível se hospedar em locais parcialmente acessível. Certa vez, passei a virada do ano em uma cidade do interior de São Paulo, camada Cunha, e fiquei numa casa de aluguel de temporada, mas que não era exatamente acessível, mas eu percebi que poderia me virar naquele ambiente.
O local era térreo, sem degraus na entrada ou interior, e espaço interior amplo, então isso já ajudou bastante. Não ia fazer muita coisa lá, além de dormir, utilizar o banheiro e a cozinha para coisas simples e rápidas. O banheiro tinha espaço e não tinha box para limitar esse espaço, e nem muretas para conter a água no chão, porém não havia nenhuma banqueta higiênica ou cadeira de banho. Tudo isso, eu pesquisei e me certifiquei com o local antes de ir.
Levar minha cadeira de não seria fácil, pois ela é grande, não dobra, e meu carro estava lotado, com mais 3 passageiros, sem contar com as bagagens. Então eu tive que pensar em uma alternativa, e como eu sei que tenho habilidade para fazer transferências de minha cadeira de rodas, optei por comprar uma cadeira de plástico, leve e dobrável.
Fiz questão de testar previamente em casa para não ter surpresas, e nesse teste descobri que dependendo do piso, a cadeira derrapava, por causa do meu apoio nela na hora da transferência. Então coloquei uns adesivos de borracha nos 4 pés, fixei com uma fita isolante, testei novamente e deu certo. A acessibilidade tem muito a ver com criatividade, eu já criei várias coisas pra me ajudar, pois às vezes tal tecnologia assistiva não existe ou existe mas não é vendida no Brasil, e por vezes pode ser muito cara.
Aluguel de temporada com acessibilidade
Já existem aplicativos e ferramentas para reservar locais de aluguel de temporada, mas não é possível visualizar uma opção de aluguel de temporada com acessibilidade. Não se deixe enganar pelos aplicativos como Airbnb, Decolar, Expedia, Booking, pois apesar de alguns terem um filtro para classificar os locais de temporada com acessibilidade, nenhum deles faz uma verificação se isso é realmente verídico ou qual a qualidade dessa acessibilidade. Isso é simplesmente uma autodeclaração do próprio local que se julga como acessível, mas na maioria deles, não entendem o que realmente é uma acessibilidade. A melhor maneira é entrar em contato diretamente com o local, e questionar e pedir fotos do local para sua própria avaliação.
Dois colegas tetraplégicos, moradores da Inglaterra, passaram a fazer avaliação para descobrir, catalogar e ofertar em um aplicativo, as ofertas de aluguel de temporada com acessibilidade. O projeto deu tão certo, que o Airbnb comprou todo o banco de dados existente e incorporou no aplicativo, e eles ainda continuam nesse trabalho, só que agora para o Airbnb.
Assim como a acessibilidade é obrigatória para locais públicos, qualquer local que se torne público deveria obrigatoriamente ser acessível, mas isso não é claro na legislação brasileira. Local público, não é necessariamente um local do governo ou prefeitura, mas é um local que está aberto a qualquer pessoas. Um hotel, por exemplo, é uma propriedade privada, mas ele é considerado uma área pública, pois não se pode negar o pedido de hospedagem, pois isso seria discriminação, que é um crime.
Dessa forma, os locais de aluguel por temporada, se tornam também um local público, mesmo que não seja de forma permanente como um hotel. A acessibilidade muitas vezes é guiada pela legislação, e se algum ponto não é claro ou específico, a coisa não evolui. Eu não sou político, então não tenho o poder de elaborar uma lei, mas todos nós temos o poder de esclarecer e até pressionar ou forçar para que as leis sejam criadas e cumpridas.
O meu papel vai mais pela conscientização, através das palestras que realizo em todo o Brasil e também no exterior, várias delas falando diretamente com o mercado turístico. Luto não só pela regularização do aluguel de temporada com acessibilidade, mas por toda a estrutura da acessibilidade e inclusão na país, e tenho ênfase no turismo, pois é onde eu me formei, estou fazendo meu Mestrado, então é minha especialidade.
O meu papel como professor, é formar profissionais que valorizem e apliquem a acessibilidade nos negócios onde trabalham. Minhas consultorias de acessibilidade, servem para quem não quer ter a segurança de um trabalho de acessibilidade com qualidade, onde meus treinamentos também servem para capacitar profissionais para um objetivo específico, como por exemplo o atendimento. E meu curso, é diferenciado, pois ninguém aborda a acessibilidade de uma forma funcional como eu faço, é um conceito desenvolvido por mim, e muito necessário. Tudo isso você pode conferir nas curtidas e comentários de minhas redes sociais, como o meu perfil do Instagram ou o meu canal do YouTube, atém dos artigos no blog. Aluguel de temporada com acessibilidade
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