Acessibilidade amadora. Falhas e erros pela falta de conhecimento na prática.

Man climbs CN Tower steps in wheelchair

Escrito por Ricardo Shimosakai

14 de junho de 2023

Acessibilidade amadora. As iniciativas de acessibilidade tem aumentado com o passar do tempo, pois a obrigação da acessibilidade assegurada por lei está cada vez mais cobrada, e a percepção das vantagens de ser acessível está cada vez mais clara. Porém, esse crescimento da acessibilidade, geralmente vem de forma desordenada, sem o cuidado adequado, feita por pessoas sem o estudo e experiência adequada e por isso eu chamo de acessibilidade amadora.

Não é difícil encontrar acessibilidade com falhas, como por exemplo nos estandes de eventos, que geralmente tem um tablado, um piso elevado, e daí colocam rampas de acesso. Mas a imensa maioria dessas rampas, apresentam um degrau no começo, pois a montadora somente coloca uma tábua inclinada, e não tem o cuidado de eliminar a bora dessa tábua, que em contato com o chão, forma um degrau. Sem contar que na organização do mobiliário, às vezes se encontra mesas na frente da rampa e espaços muito apertados para circulação, então uma acessibilidade amadora.

 

Acessibilidade amadora. Faltam profissionais.

Faltam profissionais para trabalhar com acessibilidade e inclusão, e já encontrei vários que se apresentam como especialistas na área, mas na prática, cometem erros, alguns deles graves, o que é inaceitável para alguém que se apresenta como especialista. Para que haja mais pessoas preparadas para fazer bons projetos de acessibilidade, eu passei a ensinar sobre o assunto, através do meu Curso Online Acessibilidade e Inclusão, além de dar aulas em Faculdades e cursos livres. Não encaro profissionais que trabalham na mesma área que eu como concorrentes, e sim como se fossemos um grupo trabalhando por um propósito. Por isso quero ensinar o máximo possível de pessoas, em alto nível, e acabar com a acessibilidade amadora.

Em um outro artigo, eu escrevi e produzi um vídeo, sobre a acessibilidade em máquinas de autoatendimento, onde peguei como exemplo, um caixa eletrônico de pagamento do estacionamento do Shopping Eldorado em São Paulo. É uma máquina grande, feita pensada nas pessoas de pé, com estatura mediana. Em uma outra visita ao local, encontrei uma outra versão dessa máquina, feita com o propósito de atender a pessoas com deficiência. Mas a acessibilidade amadora foi perceptível, a medida que fui tentando usar o equipamento.

A mesa base, onde ficam apoiados os instrumentos está muito alta, então a máquina de cartão fica deitada, daí a visualização do visor e das teclas fica muito difícil. O lugar para escanear o código de barras do ticket do estacionamento, dica entre uma fresta atrás de máquina do cartão, e embaixo da tela do monitor, um alcance bastante difícil. E o monitor inclinado para cima, cria reflexo que prejudicam a visualização de uma pessoa sentada em uma cadeira de rodas, sem contar que tudo isso está em uma altura inacessível para pessoas com nanismo ou baixa estatura. A tentativa foi boa, mas o profissionalismo de quem projetou foi baixo e a acessibilidade foi amadora, pois a melhora foi pouca.

Eu percebo a falta de cuidado das empresas em contratarem uma pessoa para elaborar um projeto de acessibilidade. Algumas nem estão mentindo, quando se apresentam como especialistas, pois elas acreditam que realmente entendem do assunto, mesmo que isso não seja verdade. Então para quem vai buscar um profissional, não acreditem somente na declaração verbal da pessoa, peçam exemplos de trabalhos já feitos, pois se ela realmente for um profissional, deve ter feito vários trabalhos com sucesso. Verifiquem comentários em redes sociais para ver se as próprias pessoas com deficiência validam o trabalho feito por ela. Cuidado para não cair na armadilha da acessibilidade amadora, isso pode custar tempo e dinheiro, sem o resultado necessário.

Quando você assistir ao vídeo abaixo, vai perceber que entender a acessibilidade na prática, tem um resultado muito efetivo, e foi pensando nisso que criei meu conceito chamado Acessibilidade Funcional. Vamos dizer que faço o caminho contrário da maioria, onde em primeiro lugar vem a prática, e em cima disso eu crio a teoria, que na verdade nem é uma teoria, no sentido de uma hipótese, pois a idéia já foi testada e validada.

É com essa prática e segurança que posso me apresentar como um especialista em acessibilidade. Aplico a Acessibilidade Funcional em toda a minha consultoria em acessibilidade, e ensino também em meus treinamentos, pois o conceito de funcionalidade também se aplica à inclusão. Para mais dicas, siga meu instagram e meu canal do YouTube.

 

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