Ricardo Shimosakai é Consultor Especializado em Acessibilidade e Inclusão e também criador da Turismo Adaptado, divulga seu conceito Acessibilidade Funcional através de cursos, palestras e matérias e também criou o Projeto Autonomia junto com Mylena Rodrigues, outra especialista no assunto que possui baixa visão. Veja neste capítulo, as dicas para uma viagem acessível em Bonito
Turismo acessível em Bonito
A pequena cidade localizada em Mato Grosso do Sul, região centro-oeste do país e a cerca de 300 quilômetros da capital Campo Grande, justifica o nome! Suas atividades são praticamente todas voltadas ao turismo e, apesar de diminuta em tamanho, oferece inúmeros atrativos para o turista.
“Sei que o trocadilho é pobre, mas inevitável: Bonito é realmente bonita! Eu, na verdade, acabei conhecendo a cidade trabalhando, fui convidado pela prefeitura local para desenvolver projetos. Nesse sentido, não tive preocupações em arrumar espaço para hospedagem, ou na locação de um carro para me locomover, tudo foi arrumado pela prefeitura. Como a maior presença lá é de turistas mesmo, reforço aqui a importância de se escolher uma boa agência de turismo, para que você não tenha sobressaltos durante sua estada. Cheguei no aeroporto de Campo Grande e um carro me esperava para me levar até Bonito, esse é o caminho comum. Mas, como disse, não tive a preocupação de alugar um automóvel”, explica Ricardo.
O visitante terá a oportunidade de avistar alguns animais e muita vegetação subaquática. A descida pelo rio pode ser feita também pelo barco de apoio, onde estará o guia local durante o percurso. Ao final da flutuação, o Rio Sucuri se encontra com o Rio Formoso e aí os visitantes voltam para a sede da fazenda.
“O mais legal disso é que qualquer um pode fazer, inclusive uma pessoa tetraplégica. Primeiro porque você está com um colete e o propósito principal, como o nome já diz, não é nadar, mas sim flutuar e contemplar as belezas do local. Máscara e snorkel são usados, permitindo uma visão deslumbrante da fauna e flora locais, entrecortadas por aquelas águas cristalinas. A segurança é total, sempre tem guias acompanhando. Fiquei impressionado com a beleza do local, vi muitas plantas, peixes e demais animais nas margens do rio: jacarés, macacos, tamanduás, capivaras, uma riqueza enorme”, fala Shimosakai.
Até o fundo da caverna são 72 metros de descida vertical, num passeio que dura cerca de cinco minutos. Tente aproveitar ao máximo a vista! Terminado o rapel, o visitante firma os pés num deque flutuante construído sobre um lago de águas cristalinas, chegando a 80 metros de profundidade e largura de um campo de futebol.
Dezenas de cones de calcário preenchem o lago e seu entorno, com formações que atingem 20 metros de altura. Para muitos, a sensação é estar num ambiente surreal! A entrada parcial da luz na caverna cria um efeito visual único, imperdível! Outra localidade recomendada é o Buraco das Araras, a 54 Km da cidade de Bonito. O passeio é ao redor de uma dolina (formação geológica oriunda do desmoronamento do teto de uma caverna).
São 970 metros de trilha e o trajeto passa por dois mirantes. Os grupos são de no máximo 10 pessoas, sempre acompanhados por um monitor local ou guia de turismo. Lá, o visitante terá a oportunidade de desfrutar da observação de aves, especialmente araras vermelhas, dentro e nas proximidades de uma das maiores dolinas da América do Sul.
“Visitei também o Projeto Jiboia, no centro da cidade. O local é destinado à criação de cobras, são feitas palestras com explicações sobre as mais variadas espécies e ainda é possível tocá-las e tirar fotos com esses répteis enrolados no pescoço. Para finalizar minhas dicas, recomendo experimentar alguns pratos típicos locais, como o caldo de piranha ou a carne do jacaré. Para quem gosta de beber, não é o meu caso, vi que as cachaças locais fazem muito sucesso. Bonito é realmente uma localidade deslumbrante, que não pode deixar de ser visitada”, afirma Shimosakai.
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Fonte: Revista D+
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