Carrinho de rolimã adaptado. Este brinquedo bastante conhecido antigamente, ainda tem o poder de conquistar as novas gerações. É uma diversão simples e de baixo custo, por isso consegue atingir a todas as classes sociais, e agora pensando na acessibilidade, podemos chamar de uma iniciativa inclusiva.
Eu conheci o carrinho de rolimã adaptado por acaso, quando estava no espaço de espera para as gravações do programa Shark Tank. Eu participei apresentando a proposta da Turismo Adaptado como uma agência de viagens inclusiva, e a Mulek de Rua apresentando os carrinhos de rolimã como uma proposta de lazer e eventos. Me apresentaram com detalhes a estrutura do carrinho de rolimã adaptado, mas queria testar na prática.
Então quando um evento foi organizado, em uma das ladeiras do bairro da Mooca em São Paulo, a gente combinou minha participação. Já conhecendo o equipamento, e também já me conhecendo, levei uma almofada para poder sentar com mais conforto e evitar lesões, pois o assento é feito de fibra dura, e mesmo tendo um formato anatômico, ficar sentado por muito tempo, poderia causar uma lesão, mais conhecida com escara.
A falta de um assento mais macio, não é exatamente um erro, pois dependendo da pessoa, não será necessário. Mas para atender a um número maior de pessoas, isso pode ser de grande importância. Cabe também descrever a estrutura do equipamento no site, e até aconselhando ao participante a levar sua própria almofada, pois eu só fiz isso porque já conhecia o equipamento, mas para quem vai pela primeira vez, quem sabe pode ter que desistir da experiência por causa da falta de um assento mais macio.
Fazer a transferência da cadeira de rodas para o carrinho de rolimã, não é uma tarefa muito fácil, mas a equipe do evento está ali para auxiliar. Os tradicionais carrinhos de rolimã, a direção do equipamento é feita com os pés, uma barra localizada na parte dianteira, e para brecar, utiliza-se os pés arrastando-os no chão para criar atrito. Para adaptar o equipamento para quem não tem o controle das pernas, foi instalado uma espécie de volante, assim a direção é dada através das mãos, e para brecar, há duas alavancas, uma de cada lado, que puxadas com as mãos, vão arrastar no chão, criando o atrito para diminuir a velocidade.
Só é preciso um certo cuidado na hora de frear, pois como as alavancas são independentes, se acionar somente uma delas, o carrinho de rolimã pode fazer uma curva ou até fazer o chamado cavalo-de-pau. Para acionar as duas alavancas, você precisa tirar as mãos do volante, e isso pode causar insegurança para algumas pessoas.
Este tipo de iniciativa é muito boa, pois o evento acontece em diversas partes da cidade, então pode levar a oportunidade de um lazer adaptado para inúmeras pessoas. Vale divulgar os eventos, para que mais pessoas saibam e participem, motivando a empresa a produzir ainda mais carrinhos de rolimã adaptados, e assim seja um crescimento contínuo. Isso ajuda também a posicionar a pessoa com deficiência frente à sociedade, e perceberem que, desde que existam atividades com acessibilidade, as pessoas com deficiência irão sim participar, e com isso gradativamente retiramos o estigma de uma pessoa sedentária e passiva.
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