No Ritmo do Coração dá um show de inclusão no Oscar 2022, a maior premiação do cinema.

Man climbs CN Tower steps in wheelchair

Escrito por Ricardo Shimosakai

28 de março de 2022

No Ritmo do Coração é o filme que foi um dos destaques na premiação do Oscar 2022, faturando 3 das cobiçadas estatuetas da maior premiação da indústria cinematográfica, inclusive o principal de Melhor Filme. Foi lançado no Festival de Sundance de 2021, é um filme independente, que ganhou o prêmio principal deste festival, e foi adquirido pela Apple pelo valor de US$ 25 milhões (aproximadamente R$ 125 milhões). É o primeiro filme streaming que ganhou o prêmio de Melhor Filme, e por isso está “em cartaz” na Amazon Prime Video e Apple TV.

CODA, o título original do filme, é um acrônimo em inglês para Children of Deaf Adults (filho de adultos surdos, em tradução livre). Trata-se de uma refilmagem do francês “A Família Bélier“, de 2014, mas na versão americana o filme é estrelado por atores surdos. E justamente por ser uma nova versão de um filme antigo, teve o direito de concorrer e ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.

A comédia dramática conta a história de crescimento de Ruby (Emilia Jones). Ela faz tudo pelo irmão Leo (Daniel Durant) e os pais Jackie (Marlee Matlin) e Frank (Troy Kotsur), um ator surdo que foi o ganhador do Óscar de Melhor Ator Coadjuvante. Uma curiosidade é que Marlee Matlin já ganhou um Oscar de Melhor Atriz na premiação de 1987 pela sua atuação em “Os Filhos do Silêncio

No Ritmo do Coração. Foto com todos os atores do filme, sentados na caçamba traseira de uma pick-up estacionada. Na ordem, da esquerda para a direita, os personagens Ruby, Frank, Jackie e Leo.

Este filme é um modelo quase perfeito da inclusão da pessoa com deficiência. O tema é uma história sobre surdos, com um elenco composto de atores surdos, e que ganhou prêmios pela qualidade do filme, e não por um apelo social que carrega mesmo sem querer. Eu disse quase perfeito, pois para chegar nesse nível, pelo menos deve ter acessibilidade para os surdos, afinal eles devem querer assistir um filme premiado que falem deles.

A legenda ajuda bastante para surdos alfabetizados na língua portuguesa, mas a legenda é um recurso opcional, não são todas as sessões que possuem. Seria ótimo que esse recurso fosse obrigatório, para que os surdos não tenham que escolher um recurso que pode ser essencial para assistir o filme, da mesma forma que todas as salas são obrigatórias possuir acessibilidade para pessoas com deficiência física.

Mas para aqueles que só sabem se comunicar através da Língua Brasileira de Sinais (Libras), que isso também fosse oferecido. A língua de sinais do filme é a ASL (American Sign Language), pois o filme é uma produção dos Estados Unidos. Além disso, não é em todas as cenas que a língua de sinais é utilizada. Aliás, nunca vi um filme, desses longa-metragem exibidos em cinema, com a Libras, a não ser em eventos específicos como o Assim Vivemos, um Festival Internacional de Filmes Sobre Deficiência. Esse evento sim, pode ser considerado perfeito, pois ainda tem a acessibilidade para pessoas com deficiência visual, como a audiodescrição.

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