Turismo Adaptado no Estilo Saúde. Entrevista no programa Estilo Saúde da Rede Mulher com Solange Frazão, junto com Valquíria Ribeiro Barbosa, na época psicóloga da AVAPE (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência). Esta foi a minha primeira entrevista na televisão para falar sobre a acessibilidade no turismo, pois eu já tinha um destaque com a Turismo Adaptado, que já era um projeto em execução, mas que ainda não estava comercialmente formalizado, tanto que eu passei meu email pessoal para contato.
A gravação foi em janeiro de 2007, e vendo agora esse vídeo, eu estava perceptivelmente nervoso, minha fala está um pouco arrastada, tomando cuidado para falar certo e bonito. A minha linha de pensamento continua a mesma, mas o modo de falar mudou um pouco, o que é normal. Eu falei algumas palavras que hoje não caberiam tão bem, mas que na época era a forma correta, como por exemplo, pessoa portadora de deficiência. Por isso as pessoas devem tomar cuidado com materiais antigos, o que também acontece com leis e normas que não estão atualizadas. Esse termo ultrapassado de portadores de deficiência, ainda consta em algumas leis, e por isso pode se entender, que é a forma correta, uma vez que está em um documento oficial.
Citei problemas que continuam até hoje, como a dificuldade de se avançar com a acessibilidade, pois empresas não tem um estabelecimento acessível, porque não recebem a visitação de pessoas com deficiência, e estas pessoas, por sua vez, não visitam os estabelecimentos porque não há acessibilidade.
Outra questão importante que citei, e continuo citando até hoje, é a importância da pessoa com deficiência participar da vida social, indo a locais culturais, restaurantes, parques, para que sejam percebidos como clientes ou frequentadores, e quando não houver uma acessibilidade adequada, notificar ao responsável do local. Eu vejo as pessoas com deficiência de São Paulo, com muito mais iniciativa de exigir seus direitos, e como consequência, uma evolução bem maior do que outras cidades do Brasil.
Atualmente, já bem mais experiente, tenho uma fala mais segura, aprendi a enfrentar as câmeras e platéias, que era uma coisa que eu tinha bastante dificuldade, mas ainda sinto um frio na barriga quando estou sendo observado. Passei por todas os canais de televisão abertos, alguns que até já não existem mais, e outros canais internacionais, além de emissoras de rádio, revistas, jornais e sites, e só consegui enfrentar tudo isso porque eu assumi uma missão para o meu trabalho, seja onde fosse atuar, mas que eu iria fazer o melhor para incluir as pessoas com deficiência na sociedade.
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