Ricardo Shimosakai é Consultor Especializado em Acessibilidade e Inclusão e também criador da Turismo Adaptado, divulga seu conceito Acessibilidade Funcional através de cursos, palestras e matérias e também criou o Projeto Autonomia junto com Mylena Rodrigues, outra especialista no assunto que possui baixa visão. Veja neste capítulo, as dicas para uma viagem acessível no Rio de Janeiro
Turismo acessível no Rio de Janeiro
Considerada o cartão postal mais famoso do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro é uma visita obrigatória para qualquer turista. Porém, alguns dos seus principais pontos turísticos não apresentam condições satisfatórias de acessibilidade.
O Cristo Redentor é um local que peca nesse sentido. “Fui ao Rio recentemente, em novembro, estava ajudando uma agência de viagens chilena no mapeamento da cidade. Nossos deslocamentos foram todos feitos por uma van, então não pude experimentar o metrô carioca, infelizmente. Chegando lá, descobrimos que os três elevadores e as quatro escadas rolantes não estavam funcionando, passavam por reparos.
Sem esses aparelhos, é praticamente impossível alcançar o mirante no pé do Cristo. São muitos os degraus (exatamente 220) que levam até essa magnífica estátua. Só consegui usar o elevador e as escadas depois de muito insistir, mas foi feita uma exceção após muita conversa. Não aconselho nenhum turista com deficiência, especialmente a física, a conhecer o local sem antes averiguar se está tudo em ordem”, fala Ricardo.
A visitação é imperdível! Maior e mais famosa escultura Art Déco do mundo, a estátua do Cristo Redentor começou a ser planejada em 1921 e foi desenvolvida pelo engenheiro Heitor da Silva Costa ao longo de cinco anos de trabalho, de 1926 a 1931, ano de inauguração do monumento. Situado no Parque Nacional da Tijuca, a 710 metros do nível do mar, o local oferece uma das mais belas vistas da cidade.
Outro ponto mundialmente famoso visitado pelo grupo foi o Pão de Açúcar. Mas lá, ao contrário do Cristo Redentor, tudo correu muito bem. “Tudo muito bem organizado e a pessoa com deficiência não precisa enfrentar as longas filas, ela tem prioridade. A acessibilidade é total para o deficiente físico. Fiquei deslumbrado com a vista do terceiro e último estágio, é maravilhosa! E existem restaurantes e lojas para servir o turista. A única coisa que me chamou atenção negativamente foi a ausência de qualquer elemento para a pessoa cega ou com deficiência visual. Aliás, essa é uma grande lacuna dentro do turismo de nosso país e muito pouco é feito nesse sentido”, diz Shimosakai.
Partindo da Praia Vermelha, os visitantes pegam o primeiro bonde que leva ao morro da Urca e, de lá, um segundo bondinho os leva até o topo do morro do Pão de Açúcar, a 396 metros do nível do mar. Inaugurado em 1912, o Bondinho do Pão de Açúcar foi o primeiro teleférico do Brasil e terceiro do mundo. Desde então, mais de 40 milhões de pessoas já utilizaram. Do alto dos dois morros se descortina uma deslumbrante paisagem da cidade, incluindo a enseada de Botafogo, a orla de Copacabana e a entrada da Baía de Guanabara. Pessoas com deficiência têm direito a desconto de 50% no valor da passagem. Importante: o agendamento aqui também é necessário.
Então, ele pode ser praticado por um turista, eventualmente, ou até fazer disso um estilo de vida. Como não tenho sustentação suficiente no tronco, fui deitado de bruços. Mas muitos vão ajoelhados, sentados, depende da limitação de cada um. Posso dizer que foi uma sensação incrível! Existe uma base de apoio, equipe especializada e esteiras que facilitam o deslocamento da cadeira na praia.
Infelizmente, areia e cadeira de rodas não combinam, ainda mais se a areia for fofa, como é o caso das praias cariocas. Além do desgaste do material pelo contato com a areia e a maresia, a locomoção é muito difícil por conta do terreno irregular”, explica Shimosakai.
Ele também recomenda uma visita à Cidade do Samba. Todas as escolas da elite do Carnaval carioca estão concentradas nesse complexo localizado no bairro da Gamboa, onde é organizado um tour que possibilita o contato com algumas alegorias, tocar instrumentos, vestir fantasias, assistir a uma série de vídeos de carnavais passados, ver passistas dançando maravilhosamente, além de receber uma aula sobre o Carnaval, sua história, importância e curiosidades.
Há grande número de ninhos, espécies estabelecidas no interior ou nas áreas preservadas e que acessam o espaço para se alimentar. A grande notícia é que o espaço oferece um Jardim Sensorial para pessoas com deficiências visuais. O Jardim reúne um conjunto de plantas com diferentes texturas e aromas, escolhidas devido à capacidade para aguçarem os sentidos, principalmente o tato e o olfato.
O passeio permite o contato com espécies como manjericão, alecrim, sálvia e menta. O local possui, ainda, piso adaptado e placas com sinalização em braile para a identificação das plantas. O problema é que o Jardim Botânico não é acessível por metrô e não há estacionamentos. Porém, o site informa que existem quatro vagas para pessoas com severas dificuldades de locomoção. Além disso, o portal informa que há carrinhos elétricos disponíveis de segunda-feira a domingo, com saídas a cada 30 minutos. Também é informado que pessoas com deficiência pagam meia-entrada.
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Fonte: Revista D+
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