Rampa e tampa de esgoto. Uma combinação infeliz para a acessibilidade.

Man climbs CN Tower steps in wheelchair

Escrito por Ricardo Shimosakai

21 de julho de 2021

Rampa e tampa de esgoto. A foto mostra um dos cruzamentos mais movimentados da cidade de São Paulo, na Avenida Paulista com a Avenida Brigadeiro Luis Antônio, no bairro Bela Vista. Num dos lados da calçada, onde há o rebaixamento da guia, existe uma tampa redonda e grande da Sabesp, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo.

O problema é que o asfalto em torno da borda dessa tampa de esgoto está corroído, e de formou praticamente um fosso em torno dela. Devido ao tamanho e proximidade da rampa, esse conjunto virou um obstáculo e praticamente inutilizou a acessibilidade existente. Somente pessoas com habilidade conseguem desviar desse perigo.

Parece que essa área, em volta da tampa, é um lugar com mais facilidade de deterioração. A tampa precisa estar muito bem encaixada para não formar um desnível ou até um degrau. Eu (Ricardo Shimosakai) também já presenciei serviços da empresa, onde tinha que abrir a tampa e colocar um cercado, e é claro, com isso interditavam a passagem pela rampa também.

Atualmente, as irregularidades do asfalto ao redor da tampa já foram consertados, mas se você observar bem, a tampa tem relevos com a logomarca da empresas, inscrições e desenhos decorativos, e isso bem em frente à rampa, atrapalha a circulação de uma cadeira de rodas, ou até pode causar tropeços em quem anda.

Esta tampa deve estar no local há muito tempo, e mudar ela de lugar não é algo fácil. Porém, a faixa de pedestres nesse cruzamento é bastante larga, então o rebaixamento da guia poderia ter sido feito em outro local, para que não entrasse em conflito com a tampa, eventualmente. Esta rampa também não é tão antiga, pois não faz tanto tempo, nessa parte da avenida não havia travessia de pedestres, ela era feita aproximadamente 50 metros depois da esquina.

Eu sempre questiono, por que em locais de grande circulação de pedestres, ainda são feitas rampas de acesso à calçada com uma largura tão pequena. Ela poderia até ser do tamanho da faixa de pedestres, que por sinal, neste lugar é bem larga. Uma rampa tão estreita, que praticamente permite a passagem de uma pessoa de cada vez, quando há várias pessoas que necessitam dela, entre cadeira de rodas, carrinhos de bebês, bicicletas, idosos, pessoas com malas de rodinhas entre outros, acaba criando um congestionamento no fluxo. Com uma rampa mais larga, a tampa já não atrapalharia tanto, pois haveria mais opções de passagens livres.

Então é um exemplo de falta de planejamento, pensaram somente na construção da rampa, porém não em suas variáveis. Não haveria problemas, se houvesse uma manutenção eficiente para que não se formasse aquela valeta. Aquilo não aparece de repente, levou um tempo para ficar naquela situação. Se o serviço de manutenção fosse eficiente, o pequeno problema não teria virado esse obstáculo. Então vocês podem imaginar, que também demoraram muito para consertar.

Quando há obstrução da passagem, deve se criar um caminho alternativo. Já vi algumas vezes algumas obras, infelizmente comente em outros países, onde quando a rampa de acesso estava interditada, colocavam rampas móveis para criar uma alternativa de passagem até que a rampa original obstruída fosse novamente liberada. Isto não é difícil de se fazer, e também não custa muito dinheiro e muito menos tempo. É a velha história de que, primeiro é preciso saber o que fazer, e depois é preciso executar. E sinceramente, ainda acho que no geral em nosso país, ainda falta bastante ambas as coisas.

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