Passarelas acessíveis para pedestres. Facilitando e encurtando caminhos.

Man climbs CN Tower steps in wheelchair

Escrito por Ricardo Shimosakai

9 de março de 2022

Passarelas acessíveis para pedestres, são recursos que visam facilitar um caminho, muitas vezes encurtando o percurso. Existem passarelas que estão no mesmo nível do piso, praticamente como uma continuidade do próprio piso sem sofrer nenhuma interferência. Mas também há aquelas pontes ou passarelas que tem um nível acima do piso, então em suas pontas são colocadas degraus ou rampas.

É fácil perceber que uma passarela que só tenha acesso por degraus, não é acessível. Há passarelas de maior porte, que são mais altas, por exemplo, para servir de travessia em uma rua ou avenida, que além das escadas, também possuem rampas ou elevadores. Quando é uma passarela pública, infelizmente muitas vezes os elevadores são malcuidados e depredados, por isso eu não aconselho que sejam instalados, dando preferência à rampas, como a primeira opção, pois serve à todos. É claro que numa passarela alta, a extensão da rampa irá ficar bastante comprida, mas mesmo assim, a chance de encontrá-la disponível é maior.

O vídeo que mostro abaixo é de uma passarela localizada no Parque Lina e Paulo Raia. Ela tem uma extensão pequena, e é mais decorativa do que uma finalidade de locomoção. Acredito que ela tenha sido feita com um formato arqueado, por julgarem que esse formato seria visualmente mais bonito, pois se for pensar na praticidade ao pedestre, ela poderia ser no mesmo nível do piso, praticamente plana ou com um arqueamento bem mais suave.

Eu já passei por situações, onde a travessia por pedestres era por passarela sem acessibilidade, e o ponto acessível mais próximo, era muito distante e difícil de ser alcançado. Um exemplo era a passarela em frente ao Aeroporto de Congonhas, inacessível por só possuír escadas. Certa vez, eu desembarquei nesse aeroporto e queria almoçar em um restaurante em outro local, que ficava do outro lado da avenida, e foi aí que descobri que não havia como atravessar com acessibilidade, e a única maneira seria pegando um taxi, absurdo não é? Mas felizmente, depois de muito tempo, a passarela foi reformada e agora tem elevadores.

Outra dificuldade pela qual eu já passei, foi encontrar uma passarela, feita para atravessar a rua, e com os acessos através de rampas. Seria ótimo, se não fosse os pequenos postes colocados nos inícios das rampas, com a finalidade de impedir que motoqueiros utilizem a passarela para atravessar, afinal ela é feita para pedestres. Essa iniciativa realmente impede o acesso dos motoqueiros, mas também cria uma barreira contra a acessibilidade, pois impede também o acesso de cadeira de rodas. Não se deve prejudicar alguns, pelo comportamento errado de outros, então deve se criar programas educativos para evitar esse tipo de atitude.

Vale muito a pena que a engenharia de tráfego, que também cuida da questão de pedestres, estude a mobilidade urbana com o olhar voltado para a acessibilidade. Ter uma passarela inacessível como o único ponto de travessia, é um fator que pode complicar a vida de muita gente.

Como curiosidade, Veneza na Itália é uma cidade repleta de passarelas e pontes, por causa de sua estrutura com inúmeros canais de água. A maioria foi construída sem pensar na acessibilidade, mas já foram implantados alguns recursos de acessibilidade em algumas delas, que possuem formatos variados. Uma iniciativa, foi colocar pequenos suavizadores entre degraus que havia em pontes arqueadas, e até mesmo já colocaram uma cabine motorizada, como se fosse um bondinho, para fazer uma travessia alternativa. Mesmo assim, nesse emaranhado de canais, se formam pequenas ilhas onde não opção de passarela acessível, como foi o caso de um teatro onde fui assistir uma peça, daí tive a ajuda dos gondoleiros que me carregaram.

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