Lixeira acessível. A lixeira é um ítem importante, que tem a ver com higiene, o que é fundamental. Mas geralmente, só se pensa na acessibilidade para a parte arquitetônica, o que é uma falha e uma demonstração da imaturidade de quem projetou. Principalmente nos banheiros, onde a produção de lixo é grande, através dos papéis higiênicos e dos papéis toalha, acessórios fundamentais como a lixeira, devem ser pensados com acessibilidade.

Muitos modelos de lixeira possuem um sistema de abertura da tampa, através da pisada em um pedal, o que é muito bom para quem tem os pés para usar, afinal a pessoa não toca a lixeira com as mãos, que também estão ocupadas com o lixo a ser jogado. Mas para pessoas que não tem o movimento dos pés, ou tem alguma dificuldade em movimentá-los, como amputados, pessoas com deformidades ou com paralisia cerebral, por exemplo, essa tarefa fica difícil ou até impraticável, ou seja, uma lixeira inacessível.

O problema é que até em banheiros exclusivos acessíveis, onde seria óbvio ter uma lixeira acessível, eu já encontrei esse tipo de lixeira com pedal. Daí eu sou forçado a abrir a tampa da lixeira com as mãos, o que pode acabar infectando as minhas mãos, afinal a lixeira não é um local muito higiênico. Então às vezes, depois de lavar as mãos e secar com o papel toalha, até deixo o papel de lado para não tocar na lixeira, o que também não é uma prática muito boa.

Lixeiras que tem o bocal totalmente aberto, é uma boa solução no quesito acessibilidade, pois você não precisa abrir nenhuma tampa. Mas a aparência dos papéis sujos, além do odor que eles acabam espalhando, sem contar nos micróbios que se espalham com mais facilidade, esse tipo de lixeira pode não ser também a melhor opção.

Lixeira acessível

Pensando em achar um ponto de equilíbrio entre higiene e acessibilidade, uma das melhores soluções que achei para uma lixeira acessível, foi um modelo com tampa, que abre e fecha com uma leve pressão. A tampa tem uma mola, que quando você libera a trava, força a tampa a abrir. Essa mola é suave, então depois para fechar, também é bastante suave.

A melhor lixeira acessível, funcionalmente falando, seria as lixeiras com abertura por sensor, que abrem automaticamente quando você aproxima a mão da tampa. Mas na prática, esse tipo de equipamento apresenta problemas com frequência no sensor, sem contar com os próprios usuários que acabam quebrando por um uso indevido. Então quando fizerem um modelo mais resistente e com um sensor mais eficiente, daí sim será uma boa opção, mas por enquanto, ainda não é a realidade.

Outro modelo de lixeira, são aquelas com tampas de balanço, onde você empurra, e ela balança como uma gangorra, abrindo e fechando um espaço, e teoricamente, você precisa ser ágil para jogar o lixo, quando abrir uma fresta. Esse modelo não funciona muito bem, pois quando ele está cheio, o balanço não funciona, e você precisa empurrar o tampo, e daí suja as mãos. Além disso, ser ágil para jogar o lixo, é um dificultador quando se trata de acessibilidade.

Com isso quero mostrar a você, como é parte do processo de meu trabalho, que deveria ser de todos os profissionais que trabalham com acessibilidade. Eu digo que levo vantagem, afinal tenho a vivência prática, pois como cadeirante, eu vivo a acessibilidade na pele, e por ser uma pessoa ativa, conheço vários lugares diferentes e passo por inúmeras situações. Mas eu também vou atrás do que realmente existe, então fui fazer uma pesquisa prática, em uma loja de material para construção, e ver os modelos de lixeiras oferecidos para a venda, que pudessem ser consideradas como uma lixeira acessível.

Além disso, eu estou postando este artigo em meu blog e compartilhando em meu perfil do Instagram e no canal do YouTube, para colher impressões e comentários de outros usuários, é quase uma pesquisa. Toda essa experiência e conhecimento, é a base que eu utilizo em minha consultoria em acessibilidade, pois eu acredito que a prática é a melhor guia para orientar os projetos de acessibilidade. Esse tipo de material, também serve de conteúdo para meus cursos, onde ensino tudo o que eu aprendo e pesquiso.

Eu procuro conscientizar as pessoas dessa metodologia em todas as palestras que eu dou ao redor do país e no exterior como um especialista em acessibilidade. Nos meus treinamentos, também procuro colocar os participantes em prática, pois acredito que o aprendizado é bem melhor. E minhas aulas, é onde procuro formar cada vez mais profissionais, que precisam ir para o mercado com essa importante visão. Se quiser saber mais, tem todos os meus serviços explicados em meu site, dê uma olhada!