Cúmplice da falta de acessibilidade. A acessibilidade depende de estruturas físicas, mas também é preciso que as pessoas respeitem as regras de acessibilidade. Não adianta ter uma vaga de estacionamento reservada à pessoa com deficiência, se as pessoas não respeitarem e estacionarem somente se tiver o direito estabelecido pelas regras.
Num caso como este, caso tudo esteja corretamente aplicado, com medidas e sinalização de acordo com as normas, então a culpa seria somente da pessoa que estacionou e não respeitou? Teoricamente sim, mas a sociedade precisa ser constantemente informada e educada para que comportamentos sejam incorporados aos hábitos coletivos.
Apesar de já fazer muitos anos que a vaga de estacionamento exclusiva à pessoas com deficiência existe, muitas pessoas não foram educadas para isso na sua formação, nem na auto-escola se ensinava esse tipo de regra. Então acaba sendo uma quebra de conceito, que pode ser difícil de mudar. Alguns locais como shopping centers e hipermercados colocam campanhas educativas, com cartazes nos corredores, ou até utilizando a multa moral criada em São Paulo.
O local não pode, moralmente dizendo, se livrar da culpa e dizer que fez sua parte, e se o cliente desrespeita as regras, é problema dele. Primeiro porque esse pensamento não ajuda em nada em criarmos uma sociedade de respeito, e segundo porque a infração que a pessoa estiver cometendo, poderá refletir ao estabelecimento. Afinal, um local que não se preocupa com a boa convivência interna, não é bom de se frequentar, e esse tipo de notícia pode se espalhar facilmente pelas redes sociais.
A vaga de estacionamento é um bom exemplo, mas isso também acontece em outras situações, como as filas preferenciais e bilheterias que muitas vezes só existem, mas não cumprem o papel para que foram criadas. Também já passei por experiências onde o banheiro acessível era utilizado pelo estabelecimento como depósito de material de limpeza, sem contar naqueles que apesar de estarem funcionando, são utilizados por pessoas comuns, mas que utilizam o banheiro acessível para ter um local mais tranquilo e espaçoso para fazer suas necessidades. No aeroporto, encontro frequentemente funcionários que utilizam o banheiro acessível como um espaço para trocar de roupa, e colocar o uniforme de trabalho.
No vídeo abaixo, eu mostro o supermercado que reformou o espaço de estacionamento e colocou as vagas de forma paralela à rua, porém todos os carros estacionam transversalmente, e acabam ocupando parte do espeço na calçada destinada à circulação de pedestres. O Supermercado tem parte na culpa, pois a sinalização do local está muito ruim, o que acaba criando uma confusão. Eu já falei com a gerência do supermercado e nada foi feito, então se eles não percebiam, já foram notificados, e agora a coisa fica mais grave, pois mesmo sabendo da situação, tendo a consciência que este problema acontece todos os dias, se não fazem nada para melhorar, é porque não se importam com seus clientes.
Isso me atrapalha bastante, mas não é só a mim, e por algumas vezes me coloca em situação de perigo, pois dependendo da forma que o carro estacionar, impede minha passagem, me forçando a dar a volta pelo meio da rua, onde u posso ser atropelado. Na verdade, o supermercado tem uma série de falhas de acessibilidade, alguns deles muito fáceis de se resolver, porém mesmo fazendo parte do Grupo Pão de Açúcar, que tem um bom capital, eles ignoram a acessibilidade, e isso é algo que me revolta demais, e com certeza também a muitos colegas que também precisam da acessibilidade.
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