Consertando almofada furada. Como dar um jeito rápido, fácil e barato no seu problema.

Man climbs CN Tower steps in wheelchair

Escrito por Ricardo Shimosakai

8 de setembro de 2021

Consertando almofada furada. A almofada utilizada em cadeira de rodas por pessoas com deficiência, para alguns é um acessório de conforto, mas também serve como um importante objeto para a preservação da saúde. Pessoas com lesão medular, geralmente tem a perda da sensibilidade, principalmente nos membros inferiores. Se não tomar cuidado, isso pode ser muito perigoso, pois se algo no assento da cadeira de rodas estiver machucando, a pessoa não irá perceber. E isso não precisa necessariamente ser algum objeto, mas a permanência por muito tempo na mesma posição, também pode machucar, e causar as úlceras de pressão, popularmente chamadas de escaras.

Por isso, é de extrema importância ter uma almofada adequada para proporcionar conforto, e evitar machucados. Existem almofadas de diferentes tipos, desde as mais comuns feitas de espuma, algumas preenchidas dom gel ou água, e as almofadas de ar. Exceto a almofada de espuma, todas são possíveis de furar, e assim inutilizar o acessório. Dependendo do furo, é possível fazer reparos, e prolongar a vida útil da almofada.

Neste caso, eu irei mostrar uma almofada que uso, desde o começo da minha lesão medular em 2001, e que me atende muito bem. Ela é uma almofada inflável, feita de borracha, com diversas divisões como células ou gomos, num quadrado com 100 células e mais um bico por onde é bombeado o ar para inflar. É uma almofada fabricada nos Estados Unidos, bastante cara, mas vale muito a pena pela segurança e conforto que ela oferece.

Quando você compra esta almofada, vem junto um kit de reparo para furos, com um tipo de adesivo semelhante a um band-aid, porém é para furos bem simples, em locais planos de fácil aplicação. É um adesivo reforçado, mas não consegue segurar por tanto tempo assim, vale mais como um kit de emergência.

Certa vez, percebi que a almofada estava murcha, e isso é comum, assim como pneu, por algumas vezes pode ser que você precise adicionar um pouco mais de ar. Foi o que eu fiz, mas de novo, no mesmo dia, percebi que tinha murchado novamente, então entendi que não era um vazamento pequeno e comum, mas devia ter um furo.

Primeiro tentei levar para um borracheiro, mas ele disse que não sabia como consertar, pois era diferente de consertar um pneu. Então fui até a loja onde havia comprado a almofada, e tive que deixá-la por alguns dias, ainda bem eu tinha uma outra almofada reserva, pois não poderia ficar sem. Parecia tudo bem, mas o conserto da almofada falhou, e tive que voltar à loja. Por incrível que pareça, a nova tentativa de conserto falhou mais uma vez, e então cheguei à conclusão que a loja, mesmo sendo revendedora autorizada da almofada, não sabia fazer reparos no produto.

Como a almofada é bastante cara pra ficar comprando uma nova sempre que algum problema surgir, não que problemas ocorram sempre, mas eu decidi tentar consertar por conta própria, pois caso não desse certo, não teria nada a perder além do que já tinha sido feito. Pesquisei bastante, e fiz alguns testes, pois era preciso achar o material e método adequado. Aquelas supercolas são muito fortes, e corroem materiais como borracha, então acabei achando uma cola que quando seca, parece um silicone. Não é exatamente uma cola de contato, para grudar uma parte em outra, mas serve para preencher, e sua textura não é tão dura, ela é ligeiramente maleável.

A localização do furo, fiz colocando a almofada inflada, dentro de uma bacia com água. Apertando a almofada, o ar escapa pelo furo, bolhas se formam e fazem um barulho, denunciando exatamente o local. Depois disso, a região em volta do furo deve ser bem limpa e seca, para que nenhuma partícula de sujeira ou água, atrapalhe o processo de vedação.

Apliquei a cola com o auxílio de uma chave de venda, mas poderia ser qualquer outro acessório, que possa ser limpo ou descartado posteriormente. Depois de aplicado, deve deixar o trabalho em repouso por 24 horas, para garantir que a aplicação terá aderência total.

Todo o processo que eu descrevi aqui, é para uma cola de uma marca específica. Outras colas podem ter ingredientes e métodos de aplicação diferentes. Algumas não são indicadas, pode haver colas semelhantes ou até melhores, mas o que eu quero dizer, é que o método de aplicação da cola, pode não servir para outros produtos, então tenha cuidado.

O recado que quero deixar aqui, é que você tenha o máximo de cuidado com os equipamentos relacionados à sua deficiência, como a almofada, cadeira de rodas, próteses, pois eles são materiais de máxima importância, e não devem ser tratados somente como um objeto, pois praticamente fazem parte de nosso corpo. Porém, assim como uma pessoa pode sofrer um acidente e quebrar a perna, esses equipamentos também podem furar ou quebrar, e é preciso saber os melhores lugares para levar ou como fazer os reparos adequados. Uma assistência técnica é como se fosse um hospital, e o processo de reparo como uma internação hospitalar.

Esse tipo de reparo, já me salvou em uma situação, onde a almofada furou na mesma semana em que eu ia viajar para um trabalho na Europa. A previsão do conserto pela assistência técnica, ia levar mais tempo do que a data do embarque, então eu teria de comprar uma almofada nova. Foi diante dessa situação que eu me dediquei para encontrar o meu jeito, mais rápido e até mais eficiente. E isso também tem muito a ver com a Acessibilidade Funcional, o conceito que eu desenvolvi, e que nesse caso, relacionado à tecnologia assistiva, mostra que as técnicas padronizadas nem sempre são a melhor solução.

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