Acessibilidade para o ônibus. O transporte é um elemento muito importante para a inclusão, e por isso a necessidade de ser acessível. Quando se quer ir até um lugar próximo, a calçada é o mais importante, mas quando a distância é longa, se faz necessário um meio de transporte. Pode ser de carro particular, dai necessário as vagas de estacionamentos adaptadas, ou de taxi, e para alguns é muito melhor um taxi adaptado. Mas pensando no popular, pois nem todos tem dinheiro para ter um carro ou pagar um taxi, vemos a importância dos transportes públicos, que são os ônibus urbanos, trens metropolitanos e metrôs.
Quando falamos sobre acessibilidade de ônibus urbanos, sempre pensamos na adaptação do veículo, principalmente para os usuários de cadeira de rodas, onde plataformas elevatórias ou ônibus de piso baixo com rampa, são as soluções encontradas no Brasil. Porém, certa vez esperando um ônibus, eu vi uma situação diferente, onde o ônibus não conseguia se aproximar da calçada, onde fica o ponto de ônibus, para preparar a plataforma ou rampa, pois os galhos de árvores próximas impediam a aproximação. Dessa forma o ônibus tinha que parar afastado, e não havia nenhum rebaixamento da calçada próximo, então tive que pedir ajuda a outras pessoas que estavam no ponto, para me ajudar a descer da calçada. Se não bastasse isso, o ônibus ocupava duas faixas de pista, causando trânsito e perigo de acidentes.
Outra questão importante para dar condições de acesso aos ônibus, é a estrutura das ruas, particularmente para os ônibus de piso baixo. Como o próprio nome do modelo diz, ele tem um piso baixo, e que pode abaixar ainda mais, com o acionamento pelo motorista de um sistema hidráulico. Por causa disso, as ruas que tem valetas, aquelas que encontramos normalmente nas conexões de ruas, como em cruzamentos ou ruas transversais, se essas valetas forem fundas, fará com que a parte baixa do ônibus encoste no chão, e com isso danifique ou até não permita a sua passagem. Por isso, esse tipo de ônibus geralmente roda por grandes avenidas, onde não há esse tipo de valeta.
O embarque e desembarque fora do ponto de ônibus é um direito assegurado por diversos municípios brasileiros. Ainda não há leis estaduais ou federais, por isso é aconselhável a pesquisa na prefeitura de seu município. Muitas pessoas com deficiência e também os motoristas, não conhecem esse direito, e por isso não praticam. Essa opção pode facilitar a acessibilidade, pois dependendo da estrutura do ponto de ônibus e o modelo do veículo, o embarque e desembarque fica difícil e até perigoso.
As rampas dos ônibus de piso baixo, foram projetadas para que o embarque seja feito da calçada, onde há uma elevação. Mas alguns pontos então no nível da rua, e daí você fica num plano mais baixo e com isso a inclinação da rampa fica muito exagerada. Às vezes é possível subir com ajuda, mas já passei por situação onde era impossível, mas daí eu disse para o motorista avançar o ônibus até a próxima quadra, onde havia uma calçada, de onde o embarque seria possível.
Essas percepções foram casos que eu passei a compreender, depois que vivi elas na prática, e algumas nunca havia visto ninguém citar. É claro que, eu sempre tento ver uma solução ou alternativa diante dos problemas, e isso é uma bagagem muito rica para o meu trabalho. É baseado nisso que desenvolvi meu conceito de Acessibilidade Funcional, que ensino em meus cursos online, apresento nas minhas palestras e aplico nas minhas consultorias em acessibilidade. Pílulas desses casos, apresento nas minhas redes sociais, como no meu perfil do Instagram e no meu canal do YouTube.
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