Acessibilidade no turismo dá dinheiro. Este artigo foi escrito para o Brasilturis, o primeiro jornal brasileiro voltado para o turismo e um dos maiores do país. Ricardo Shimosakai é um dos colunistas e escreve periodicamente artigos relacionados à acessibilidade e inclusão no lazer e turismo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2023), ¨estima-se que 1,3 bilhão de pessoas – cerca de 16% da população global – atualmente possuam uma deficiência significativa¨. No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, revela que havia no Brasil, naquele ano, 17,3 milhões de pessoas com deficiência, correspondendo a 8,4% da população brasileira.
Além disso, a população tem envelhecido rapidamente, e a OMT (Organização Mundial de Turismo) prevê que até 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos terá aumentado para representar 20% da população mundial, com um quinto deste grupo com mais de 80 anos. Somente pelos indicativos da quantidade demográfica do público, já é possível perceber que a acessibilidade no turismo dá dinheiro.
70% dos europeus com deficiência têm possibilidades físicas e económicas de viajar, o que equivale a 58 milhões de potenciais turistas só na União Europeia. Na Alemanha, as pessoas com deficiência física gastam um total de cerca de 5 bilhões de euros por ano em viagens. Nos Estados Unidos, as pessoas com deficiência motora gastam cerca de 11 milhões de dólares em viagens a cada ano.
A falta de estrutura de acessibilidade nos equipamentos turísticos e a falta de capacitação para o atendimento inclusivo nos serviços turísticos acaba afugentando os turistas com deficiência, do Brasil e do exterior, que vão procurar locais onde haja um oportunidade adequada. Isso significa uma perda de milhões por não aproveitar essa oportunidade.
Acessibilidade no turismo dá dinheiro – casos de sucesso
Ao invés de entrar na competição dura, do turismo convencional, quem aproveita para trabalhar para atender esse nicho com qualidade, onde a disputa é menor, tem se dado muito bem. A Rede dos Sonhos, localizada na cidade de Socorro/SP, aponte que em 2021 recebeu mais de 7.900 hóspedes com deficiência, sem contar os acompanhantes, que são em média, mais duas pessoas por cada pessoa com deficiência. Isso resultou numa taxa de ocupação de 82% anual, maior do que á média nacional de 60%, segundo o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).
A Azul Mob é a maior locadora de veículos acessíveis do Brasil. A aposta em investir em variedade, quantidade e qualidade de veículos, para o público com deficiência, atraem vários clientes corporativos de grande porte como as Paralimpíadas do Rio, Copa do mundo, Rock in Rio, entre vários outros eventos grandiosos. “Cerca de 40 a 50% do movimento vem do atendimento ao setor de mobilidade reduzida,” esclarece Leandro Zillig, sócio-diretor. A Azul presta cerca de 8 mil atendimentos/ano nesse setor.
O recado é, além do dever de ser acessível e inclusivo, como exige a legislação brasileira e até regras mundiais, apostar em um turismo acessível aumenta a credibilidade da empresa, pois traz uma imagem de mais atenção ao cliente, posiciona em uma posição em empresa socialmente responsável e como consequência, faturamento crescente. Não perca mais tempo, invista nisso agora, pois a acessibilidade no turismo dá dinheiro!
Eu presto consultoria em acessibilidade para adequar empreendimentos turísticos, além de ministrar treinamentos para funcionários pensando num atendimento inclusivo. Se você quer aprender sobre o assunto com mais profundidade, meus cursos são o caminho para isso. Já palestrei nos mais importantes eventos de turismo do país e exterior. Você pode ver pílulas de acessibilidade nas minhas postagens no Instagram e no meu canal do YouTube. Tome uma atitude agora para mudar seu negócio, mas sempre procure profissionais experientes para lidar com o assunto, para que o serviço seja feito da forma correta e mais funcional possível, para trazer ótimos resultados.
0 comentários