Acessibilidade no monotrilho. A Linha 15–Prata do Metropolitano de São Paulo é uma linha de monotrilho, a sexta Linha do Metrô de São Paulo a entrar em operação. Quando totalmente pronta, contará com 26,6 km de extensão e 18 estações, ligando os distritos do Ipiranga e Cidade Tiradentes. O primeiro trecho, entre as estações Vila Prudente e Oratório, foi inaugurado em 30 de agosto de 2014.
Eu considero o Metrô como o melhor tipo de transporte público, pois não sofre influências de trânsito, pelo menos do equipamento, apesar que dependendo do horário, há uma grande aglomeração de pessoas, e várias vezes o equipamento apresentam falhas, causando atrasos. Mas isso pode acontecer nos outros tipos de transporte também.
Uma grande vantagem da estrutura dos vagões, é que pode comportar diversas pessoas com deficiência, especialmente aqueles que utilizam cadeira de rodas. Nos ônibus, só há espaço para uma cadeira de rodas, então não é possível fazer um passeio de dois cadeirantes ou mais. Além disso, quando o ônibus está cheio, esta única vaga não é respeitada, e você fica sem poder entrar no veículo.
Eu coloco um destaque em especial ao Metrô de São Paulo, que considero o melhor que eu já vi, e já visitei metrôs em diversas cidades consideradas evoluídas, como Nova York, Madri, Roma, Lisboa, Paris, entre outros. O Metrô passou por um processo de adaptação para a acessibilidade, e gradativamente foi implantando a acessibilidade nas estações, até conseguir que todas agora são acessíveis, e todas as novas já virão com acessibilidade.
O monotrilho, como é mais conhecido, também faz parte do metrô, mas tem algumas características diferentes das outras linhas. A diferença mais evidente, é de ser uma linha suspensa, com trilhos no alto, ao contrário dos outros que são subterrâneos. Acho isso bem melhor, pois assim você consegue ver a cidade pelas janelas, o que pode ser praticamente um passeio. Sempre quando eu viajo, prefiro pegar transportes que eu possa ir olhando a cidade, para conhecê-la melhor.
Um grande problema dos transportes sobre trilhos, é a diferença de altura e distância do vagão em relação à plataforma de embarque. Esse problema já me foi explicado por técnicos, e não sei colocar uma explicação técnica aqui, mas esse espaço é variável, não é uniforme em todas as estações. Por isso não adianta nivelar a altura, por exemplo, pois em outra estação ela será diferente. Tem a ver com o desgaste dos trilhos, e que ainda não há uma solução simples para isso.
Para amenizar esse problema, os funcionários estão capacitados, caso você precise de ajuda para embarcar ou desembarcar. Nas estações do monotrilho, encontrei totens de chamada nas plataformas, caso você precise de ajuda. Eu já tinha visto isso nos outros Metrôs, e eram ainda melhores, pois tinham câmeras e telas para que o surdo pudesse se comunicar em Libras. Mas na verdade, não me lembro dessa proposta ter realmente entrado em funcionamento.
Dentro do vagão, achei o espaço para cadeira de rodas muito apertado, e que não parecia ter um espaço para o acompanhante ao lado. Isso foi no primeiro vagão, não vi exatamente a estrutura dos outros, pois o Metrô coloca os vagões da ponta, como mais estruturados à pessoa com deficiência, mas que nesse aspecto, eu não achei. Eu vi uma grande confusão dos pisos táteis, que por vezes sinalizava para você ir para um local distante desnecessariamente, ou que às vezes não tinham uma conexão, como na saída da escada rolante.
Uma grande decepção, foi quando eu visitei o banheiro da estação, que apresentava itens proibidos pela norma, como o vaso sanitário com abertura frontal. Isso mostra que não houve profissionalismo nesse projeto, pois nem a norma ABNT 9050 conseguiram seguir, sem contar outros erros ou falta de funcionalidade, que para um projeto novo como esse, não deveriam estar presentes.
Positivamente, frequentemente são veiculadas campanhas educativas de respeito à pessoa com deficiência, pelo áudio dos alto-falantes, ou nos monitores das estações e vagões. Dentro do vagão, há em todas as paradas, um aviso sonoro, que ajuda a pessoa cega a se localizar, e também um painel sinalizando o percurso entre as estações, muito bom para pessoas surdas.
Apesar dos erros, ainda continua sendo uma ótima opção de transporte público. Só achei, até irresponsável, realizar erros que já são conhecidos, e que para consertá-los, isso irá gerar desconforto aos passageiros, levará tempo e será necessária mais verba pública. Por isso insisto, para quem quer aplicar acessibilidade em seu empreendimento, que recorra a um profissional experiente. Cuidado com pessoas que se apresentam como especialistas, verifique o histórico positivo de serviços, antes de contratá-la.
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