Enxergando a vitrine de padaria. Padarias tem um tipo de móvel característico, semelhante a uma vitrine, onde são expostos alimentos de consumo rápido, geralmente de tamanho pequeno ou médio, como por exemplo salgadinhos como coxinhas, empadas, pãos de queijo, croissants e também doces como quindins, bombas, churros, tortas e pedaços de bolo.
O formato de vitrine, é como se fosse um balcão transparente, com diversas prateleiras, e a estrutura frontal toda de vidro. Dessa forma, o cliente consegue visualizar uma quantidade grande de produtos, e alí mesmo já faz o pedido. É uma grande vantagem para a acessibilidade, mas é preciso tomar alguns cuidados. Dependendo do produto, ele pode ser visto de lado ou somente por cima, alguns deles por causa de sua embalagem.
Esses produtos que têm uma visualização somente pela parte de cima, como por exemplo um prato de frios, se for colocado nas prateleiras mais altas, irá perder a visualização por uma pessoa em cadeira de rodas ou com baixa estatura. Esse tipo de produto deve ser colocado em prateleiras mais baixas, e deixar as prateleiras de cima para os produtos que podem ser enxergados pela sua lateral, como latas de refrigerante, sanduíches, entre outros.
Além do posicionamento dos produtos, essas vitrines precisam ter boa iluminação para realçar a imagem dos alimentos e vidros que evitem o reflexo excessivo da luz, para ter nitidez na hora de enxergar. Nas padarias de todo o Brasil, também é comum encontrar balcões e prateleiras, que não são exatamente essas vitrines, pois não necessitam do vidro para proteção e conservação da temperatura, mas que também devem ser organizadas como as vitrines, para que os clientes consigam enxergar os produtos expostos.
Isso tem muito a ver com o meu conceito de Acessibilidade Funcional, que ensino em meus cursos, aulas e treinamentos, onde explico que a acessibilidade além de ser boa, precisa funcionar. Neste caso, a vitrine de padaria é boa, mas ela precisa ser organizada adequadamente, para permitir a visualização dos produtos colocados, por todas as pessoas. Em muitos casos, é um erro considerar a acessibilidade somente para estruturas e objetos, sem levar em conta a parte operacional do atendimento.
Neste artigo, a principal questão é um ítem importante da acessibilidade chamado alcance visual. Ela é aplicada em muitos locais e situações, como veremos a seguir. Nos museus, os quadros, esculturas e outros objetos, devem ser colocados em alturas e posições que sejam de fácil visualização ao público. No banheiro, a posição do espelho é fundamental para um bom alcance visual, pois em muitos banheiros acessíveis por onde eu já passei, os espelhos estão altos, mal posicionados, com adesivos promocionais que dificultam a visualização ou mesmo, não há espelhos.
Bem relacionado a alimentos, o alcance visual também deve estar presente nos buffets de restaurantes, pois antes de pegar o alimento, precisamos escolher, e o escolher depende de conseguir enxergar. Outro local é os supermercados, onde milhares de produtos estão distribuídos em várias prateleiras e balcões, onde uma boa parte deles está em alturas e posições muito difíceis de enxergar. Mas os balcões em formato de vitrine, também são bastante utilizados em lojas, para exibir produtos menores, e ter um aproveitamento maior do espaço, para que o balcão não seja somente um simples móvel, mas que praticamente ele possa fazer parte da venda dos produtos.
Se você conseguiu perceber, o alcance visual tem uma relação muito próxima com o alcance manual, que é a capacidade da pessoa de alcançar certos objetos, e geralmente pegar com as mãos. Em várias situações, se está difícil de visualizar, também está difícil de alcançar, mas isto é assunto para outro artigo e outro vídeo.
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