Guia de turismo inclusivo. Bate-papo com Carla Mendes, guia em Nova York.

Man climbs CN Tower steps in wheelchair

Escrito por Ricardo Shimosakai

14 de janeiro de 2022

Guia de turismo inclusivo. Um dos profissionais mais importantes em viagens, são os guias de turismo. A valorização desse profissional é tão grande, que possui cursos específicos para trabalhar nessa área. No Brasil, o Ministério do Turismo controla a emissão das credenciais, através do Cadastur. Ter um guia de turismo é sinônimo de melhor aproveitamento da viagem, pois eles conhecem em detalhes os locais, e isso pode representar em melhor aproveitamento do tempo da viagem, além de um consumo maior de informações.

Mas dentro do curso preparatório para guia de turismo, não é ensinado como atender pessoas com deficiência. Quem quer conhecer mais sobre o turismo acessível e inclusivo, ainda precisa buscar formações complementares. Eu já ministrei alguns treinamentos específicos para guias de turismo em lugares como São Paulo/SP, Bonito/MS, Natal/RN, México e já participei do Congresso Brasileiro de Guias de Turismo no Amapá.

Carla Mendes é brasileira, mas mora em Nova Iorque faz algum tempo, e trabalha como guia de turismo, principalmente para brasileiros. Enxergou justamente a necessidade dos turistas com deficiência, em ter um guia que entendesse suas necessidades para ter um atendimento mais assertivo. Buscou capacitação fazendo dois cursos de audiodescrição, já atendeu na prática pessoas em cadeira de rodas e acompanha sempre minhas postagens meu Instagram @ricardoshimosakai, onde passo bastante informação útil também voltado para o atendimento.

Eu mesmo quando fui à Nova York, antes de conhecer a Carla, fiz alguns passeios com uma guia de turismo, mas que compreendia pouco da minha condição, e por isso eu precisava ficar passando informações básicas sobre o que eu precisava em relação à acessibilidade. Mesmo assim, eu sempre precisava ficar corrigindo-a, e com isso não tinha um bom aproveitamento do passeio. Parecia uma permuta, que em troca do guiamento para o passeio, eu treinava ela para um bom atendimento, mas isso não cabe quando você é um cliente pagante.

Duas situações foram bastante relevantes para eu ver a importância de um guia de turismo capacitado para a inclusão. A primeira foi em Lisboa, capital de Portugal, onde numa visita de Benchmarking, fiz passeios com uma agência de viagens receptiva para o turismo acessível. Fizemos passeios com uma van acessível e um guia de turismo, que ao chegar nos locais, sabia de todos os procedimentos inclusivos. Por exemplo, no Mosteiro dos Jerônimos, a entrada principal tem um degrau, mas o local tem uma rampa móvel, que ele sabia exatamente onde fica guardada, informação que nem o atendente do museu, sabia direito onde era.

A segunda situação, já foi um trabalho que eu realizei, na capacitação dos guias de turismo de Bonito, no Mato Grosso do Sul. É um destino de natureza e com atividades de aventura, onde não cabe aplicar acessibilidades pensadas para o meio urbano. Por exemplo, para chegar até a base da cachoeira, instalar uma passarela iria estragar o cenário rústico do local, então os guias me ajudaram empurrando minha cadeira de rodas ou até me carregando. Este é um procedimento para casos específicos como esse, mas que precisa de pessoas preparadas. Eu tive a certeza de que minha opção era adequada, vendo os comentários positivos e elogios dos turistas com deficiência que visitaram o local, após minha consultoria.

A live com Carla Mendes foi um formato diferente e bastante interessante. Ela mostrou um pouco do Chelsea Market e depois foi até um parque flutuante no Rio Hudson chamado Little Island. Foi fazendo um passeio ao vivo e mostrando os recursos de acessibilidade que encontrava, ao mesmo tempo que eu comentava sobre as coisas que eu conseguia visualizar. Veja esta live incrível na íntegra, no vídeo abaixo

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