Entendendo o turismo acessível. É necessário se colocar no lugar do outro sempre, isso já não é uma problemática recente, mas que vem sido colocada em pauta por muitos órgãos protetores do direito de ir e vir. Como eu vivo viajando, essa pergunta nunca me sai da cabeça: Será que minha amiga se sentiria confortável aqui? Tenho uma amiga íntima que é gorda e ama fazer trilhas, mas já passou por muitos transtornos por ignorância dos pontos turísticos e trilhas por aí. É de se espantar o número de idosos, obesos, cadeirantes, dentre outros que tem o sonho de viajar, mas se decepciona com as limitações de todos os processos de um planejamento de viagem.
Então vamos JUNTOS! Pensar os principais pontos fatores que abrangem o turismo para todos, pensando como eu e você podemos influenciar outras pessoas a serem menos autocentradas e compreender realmente a essência da questão liberdade para todos.
Já pensou que a maioria das pessoas que querem viajar acham que o maior desafio é o financeiro? Porém já parou para pensar que existem centenas de aventureiros que além de pensar no quesito financeiro ainda têm que saber se os locais têm acessibilidade? O turismo acessível está sendo vislumbrado somente agora no Brasil, mas ainda há muito a ser trabalhado. Aqui vamos conversar sobre a acessibilidade no turismo e como nós podemos colaborar com a inclusão social no turismo de forma individual e paulatinamente.
Essa é a realidade de muitas pessoas com deficiência, que amam ou sonham em viajar, que buscam, igual a todos, lugares que possam conhecer e se aventurar com sua liberdade assegurada. A sigla PcD significa pessoa com deficiência. Identifica as pessoas que tenham algum tipo de deficiência, que pode ser de nascimento ou adquirida durante a vida.
O QUÊ É NECESSÁRIO PARA UM ESPAÇO SER ACESSÍVEL?
Antes de ter consciência da legislação de projetos arquitetônicos, é preciso compreender que cada deficiência tem sua necessidade, então é preciso ser maleável e adaptável a cada situação, seja ela em ambiente urbano ou no meio da natureza. Porém, existem diretrizes básicas para normatizar uma trilha, hostel acessível, um hotel acessível; ambientes públicos e como tornar o banheiro totalmente acessível, por ser uma área muito íntima.
É fácil e prático pensarmos como a pessoa com deficiência vai se locomover nos lugares, essa é a questão elementar que soluciona a maioria das questões. O maior desafio na questão do turismo inclusivo vai além das questões puramente físicas, mas sim na capacitação dos envolvidos no turismo adaptado, dessa maneira é preciso que os guias sejam altamente qualificados, pois a pessoa está ali afim de relaxamento e desviar das problemáticas que já passa diariamente.
COMO PLANEJAR UMA VIAGEM COM PcDs?
O Planejamento vai ser feito paralelamente com o planejamento convencional, mas terá quer levar em consideração principalmente o transporte. Abaixo coloquei alguns dos transportes que são feitos gratuitamente e de maneira capacitada!
Algo que quase ninguém lembra, mas é super inspirador! Não esqueça de seguir referências de viajantes que você se sente mais identificado! O Ricardo Shimosakai é uma inspiração para muitos, é cadeirante, bacharel em Turismo e escreve para muitas redes sociais compartilhando suas dicas e conhecimentos acerca de acessibilidade. O que proporciona a muitos Viajantes melhores formas de se divertirem nas viagens e exigir os seus direitos.
COMO A VIAGEM DO PcD PODE SER MAIS ECONÔMICA?
É um desafio duplo viajar, devido aos lugares que são acessíveis serem mais caros, mas ainda assim não justifica cobrar mais caro, já que é direito judicial.
Em passagens aéreas, em alguns casos o acompanhante do passageiro com alguma limitação tem direito a 80% de desconto. Existe o passe livre nos ônibus interestaduais que são limitados a dois passageiros por viagem, direcionados para todos os tipos de PcD. Além desse transporte, em São Paulo toda pessoa com deficiência e seu passageiro conseguem o cartão único em toda viagem, possibilitando maior locomoção entre os espaços.
Existem diversas maneiras de você planejar sua viagem de maneira mais econômica. Já pensou em trabalhar de maneira voluntária para projetos ecológicos? Você pode cooperar com uma família a cuidar das crianças. Pode também ensinar um idioma para adultos! Opções é o que não falta na WorldPackers, que proporciona a conexão entre anfitriões e os voluntários.
Ser um voluntário torna a sua viagem em uma vivência cultural do local, fazendo com que você conhece ainda mais os hábitos dos locais, fazendo conexões com as pessoas que moram no locam e que esses a maioria das vezes sem tornam amigos companheiros de aventuras.
O TURISMO É REALMENTE ACESSÍVEL PARA QUEM?
Viajar nunca foi sobre conhecer paisagens, nunca foi sobre os locais que você vai conhecer. Viajar é ainda pouco explorado como forma de autoconhecimento, mas ele é basicamente isso, experimentar a vida, saber até onde consegue ir, derrubar o máximo de barreiras e transcender a liberdade.
Quando decidimos pegar a mochila e partir nada nos tira do eixo. Para uma pessoa que é cega, ou que é surda, ou cadeirante, ou obesa, as transformações são inumeráveis. Para uma árvore ter uma grande copa, é necessário ter raízes forte. É necessário nos fortalecermos diante dos desafios, não temer ainda mais
PERMITA-SE SER MAIS LIVRE
A liberdade pode ter diversas interpretações para cada um, mas universalmente ela habita na maneira de você enxergar o mundo. Se permita viver essa vida com mais presença e leveza. Acredite mais nos seus sonhos, eles nos guiam! Meu objetivo era viajar dois anos e decidi que viajarei por longos imprevisíveis anos, por quê você não pode? Considere-se prioridade.
Este artigo foi escrito por Anelise Escobar, escritora voluntária da Worldpackers e contou com a complementação de Ricardo Shimosakai, consultor especialista em acessibilidade, inclusão e turismo.
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