Somente para deixar claro, e não criar nenhuma confusão, neste texto vou citar a cadeira de rodas e próteses, como representantes de um grupo maior de equipamentos que podem ser consertados pela Paraoficina Móvel, como órteses, andadores, muletas, bengalas entre vários outros considerados como tecnologias assistivas.
O mais recomendado é que esses equipamentos sejam verificados periodicamente, tal como é indicado para a revisão de automóveis e no check-up das condições de saúde. São equipamentos muito importantes para deixar de dar uma atenção especial, principalmente para aqueles que não possuem um equipamento reserva.
A manutenção e conserto envolve custos, então para algumas pessoas isso fica muito difícil ou até mesmo inviável. Outra dificuldade é a falta de assistência técnica especializada para esses tipos de produtos, perto da residência. Por isso a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo (SMPEDSP) em parceria com a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) criaram a Paraoficina Móvel, um serviço gratuito para o cidadão, com uma programação de atendimento em diferentes pontos da cidade.
Ainda há a colaboração de empresas, algumas delas fabricantes de cadeiras de rodas e próteses, que doam peças e materiais, que muitas vezes são bastante específicos para esses produtos. Nem sempre a Paraoficina Móvel possui disponibilidade de peças, mas se a pessoa levar as peças necessárias, o serviço é feito sem custo também.
Eu (Ricardo Shimosakai) precisei trocar a câmara do pneu, mas como ele é um pneu importado e utiliza uma câmara específica para cadeira de rodas, que não é comum encontrar nas lojas, comprei a câmara antecipadamente e levei para ser trocada. Além disso, precisei de uma regulagem nas rodas dianteiras, pois estava trepidando demais, e fixar as manoplas, que é a parte emborrachada onde as pessoas pegam para empurrar a cadeira de rodas.
Eu acabei montando uma estratégia, pois sabia que seria preciso tirar a roda para trocar a câmara de ar do pneu. Então fui de carro e levei minha cadeira de rodas reserva, assim enquanto ficava sentado nela, deixava o técnico livre para mexer na minha cadeira de rodas titular.
Este serviço reflete quase diretamente no fator inclusão, pois se a pessoa com deficiência não tiver condições de ter um equipamento fundamental como uma cadeira de rodas ou prótese, em ordem para ser utilizado, não terá condições para sair de casa, estudar, trabalhar, exercitar e ter uma vida social minimamente ativa.
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