
Pais adaptam bicicleta para incluir filho em passeios com família
As experiências vivenciadas em família, na companhia da esposa, Gisele, e do filho Gustavo, que é portador de necessidades especiais, foi o que levou Luciano José Bortolini a idealizar uma bicicleta ajustada à cadeira de rodas.
O casal é adepto das práticas esportivas e sempre busca incluir o menino, de 13 anos, nas atividades, especialmente as que incluem lazer. Gustavo é portador de uma doença congênita. A mãe explica que o filho possui a síndrome da trissomia do cromossomo nove. “Ele tem um atraso global, sendo que as partes motoras não se desenvolveram de maneira normal. Então, Gustavo não anda, não fala e tem o entendimento comprometido”, revela.
No entanto, Gisele observa que isso não o impede de frequentar a escola regular, a Apae e de socializar. O pai destaca que, desde o nascimento de Gustavo, o casal procurou ambientar o filho em todas as atividades que faziam. “Então, procuramos envolvê-lo em tudo, práticas esportivas, ir ao shopping, ao mercado, porque a gente percebe que ele gosta de participar e não se pode reprimir pelo fato dele ser deficiente.
Por isso estou sempre buscando meios para integrá-lo com o que a gente faz”, garante. Para Gisele, que dedica tempo integral para cuidar e acompanhar o filho, a bicicleta facilita os passeios, já que está integrada à cadeira de rodas. “Eu ando de roller e já levava ele pelo bairro. Só que agora, passando pela fase da adolescência, tem coisas que ele não gosta mais, uma delas é o roller. Ele não curte mais que eu o conduza assim”, comenta a mãe.
Bortolini conta que há algum tempo vinha pesquisando meios para desenvolver o projeto. E um vídeo sobre o tema foi compartilhado por conhecidos do casal nas redes sociais, servindo de inspiração para a construção da bicicleta. “Tivemos sorte por ter um amigo que se propôs a nos ajudar. A ideia era que a bicicleta fosse acoplada à cadeira através de um suporte, que depois pudesse ser retirado.
O suporte é articulado, o guidão é a própria cadeira, e está preso pelas borboletas”, explica. Isso possibilita que a cadeira, que é sob medida para as características e as necessidades de Gustavo, seja utilizada nas demais atividades. “Vamos supor que estejamos visitando alguém e estamos de bicicleta. Ao chegar, desacoplamos a estrutura e ele continua com a cadeira”, esclarece. O casal também verificou a necessidade de fazer adaptação de freios. “Daí a escolha desse modelo de bicicleta justamente porque o freio é de pé e toda a estrutura se adéqua ao tamanho da cadeira. Se a bicicleta for muito alta, não vai ficar num ângulo bom.
A melhor opção foi a antiga monareta”, revela. E foi justamente um colecionador que acolheu a ideia e cedeu uma de suas ‘magrelas’ para que o projeto fosse adiante. O próximo passo foi desenvolver o protótipo, com o auxílio do empresário Harley Manske, da Metalúrgica HM. Há aproximadamente 15 dias a nova ‘bike’ ficou pronta. “As pessoas foram ficando extremamente empolgadas. Alguns pais de crianças da Apae vieram nos procurar para saber mais sobre o assunto.
E é interesse dele, que fez o protótipo, tornar o projeto viável para outras pessoas também”, evidencia. Manske, amigo de longa data de Bortolini, pesquisou mais sobre o assunto. “Encontrei um aparelho parecido com o que fizemos, fabricado na Espanha, mas que não é exportado para o Brasil. Levei a ideia para a empresa e o funcionário Rodrigo Moretti abraçou a causa junto comigo. Nas horas de folga a gente se dedicava à bicicleta.
Levamos aproximadamente três semanas para concluí-la”, diz. Entretanto, o protótipo, segundo ele, ainda precisa de ajustes para se tornar universal. “Ainda vamos promover melhorias, esse é o plano para 2017. Minha vontade é poder ajudar outras pessoas. No entanto, preciso aprimorar mais porque existem outros tipos de cadeira e diferentes modelos de bicicleta”, conclui.
Fonte: OCP Online
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