Acessibilidade dia a dia. O cotidiano de um cadeirante.

Man climbs CN Tower steps in wheelchair

Escrito por Ricardo Shimosakai

31 de janeiro de 2024

Acessibilidade dia a dia. O filme Jogada de amor conta a história de Gianni (Pierfrancesco Favino), um empresário de dono de uma marca de tênis esportivos, solteiro e muito pegador, aquele que gosta de ficar com várias mulheres sem a intenção de um envolvimento, e que para isso inventa histórias impressionantes e mentirosas. Com a morte de sua mãe, vai ao enterro, e depois na casa dela, sentado na cadeira de rodas da mãe, uma nova vizinha vem pedir ajuda, e ele vê uma oportunidade de uma nova conquista. Ela convide ele para um jantar na casa dos pais, mas a intenção foi apresentar a irmã Chiara (Miriam Leone) que é cadeirante.

Contando essa história para os amigos, com um tom muito preconceituoso, foi desafiado a conquistar Chiara. Ele passa a inventar histórias, tendo que sustentar a mentira que ele também é um cadeirante, e a partir daí passam por várias situações do enfrentamento da acessibilidade dia a dia. Para agradar ele, foi assistir uma partida de tênis, pois ela é tenista, e assistir um concerto, pois ela também é violinista. Até que a história fica insustentável e ele tem que contar a verdade, e daí o romance acaba… mas por pouco tempo, pois eles voltam, num final feliz. Jogada de amor está disponível para assinantes do HBO Max.

Acessibilidade dia a dia

Utilizando esse filme como pano de fundo, vou utilizar cenas para comentar sobre a acessibilidade dia a dia e a inclusão. De uma forma debochada ou ignorante, no começo Gianni se referia à Chiara como aleijada, um termo bastante pejorativo, mas que ainda há pessoas que utilizam. Isso é um dos pontos que eu ensino em meus treinamentos, falando sobre as terminologias e a forma de atender uma pessoa com deficiência, que o nome correto. Como dica, anão, portadores de necessidades especiais, surdo-mudo, são termos bastante usados, mas politicamente incorretos, sabiam?

Uma coisa muito interessante, é que Chiara já tinha percebido que Gianni não tinha deficiência e podia andar. Isso porque as pessoas com deficiência se conhecem melhor do que ninguém. Eu mesmo, quando vejo um cadeirante pela primeira vez, consigo intuitivamente perceber as limitações dele, pelos trejeitos e simples movimentos e o modo como se comporta na acessibilidade dia a dia. Por isso aquele lema da ONU “Nada Sobre Nós, Sem Nós” é tão poderoso.

Chiara pratica tênis em cadeira de rodas, não como uma atleta profissional, mas isso ajuda ela a manter a saúde, força e equilíbrio para fazer suas coisas com independência. Em minhas palestras, eu conto como o esporte também me ajudou, eu era praticante de tênis de mesa, e além de me ajudar na parte física, também ajudou na parte psicológica, conheci muitos colegas com deficiência, eles me passaram muitos conselhos, pois eu tinha acabado de adquirir a deficiência, e viajei para competições em vários lugares, o que me ajudou bastante na minha independência. Para quem adquiriu a deficiência recentemente, praticar um esporte é minha maior recomendação.

Em uma cena, Gianni acompanha Chiara para o hotel. Não mostrou tantos detalhes, mas o hotel parecia bastante acessível. Gianni acabou não entrando no quarto dela, mas aí fiquei na dúvida se havia estrutura suficiente para acomodar um casal em cadeira de rodas. Eu presto consultoria de acessibilidade, e já fiz isso para hotéis, resorts, hotéis-fazenda, entre outros estilos de hospedagens. Como curiosidade, o filme se passa na Itália, onde eu também já fiz um trabalho a convite do Ministério do Turismo da Itália. E por falar em hospedagens, também dou aula para cursos de Graduação, Pós-Graduação e MBA em hotelaria. Você sabia que os hotéis precisam ter pelo menos 10% dos seus apartamentos com acessibilidade?

Praticamente o filme inteiro se passou com os dois em cadeira de rodas vivenciando a acessibilidade dia a dia, percebendo a necessidade da acessibilidade em hotéis, residências, estabelecimentos culturais e esportivos, além do transporte, pois nas cenas finais, eles pegam um ônibus em direção a cidade de Lourdes. Todas essas situações eu abordo no meu Curso Online Acessibilidade e Inclusão, onde você aprende a acessibilidade que funciona, e não somente regras de leis e medidas de normas, pois elas são insuficientes para você realmente aprender o que é acessibilidade e inclusão. Por exemplo, mostro no curso, um ônibus rodoviário adaptado com plataforma elevatória e que comporta até 12 cadeirantes.

Se quiser absorver mais, o meu perfil do instagram tem várias publicações relacionadas aos assuntos abordados no filme. No meu blog, artigos bem elaborados entram mais a fundo para explicar sobre a acessibilidade, inclusive mostrando as novidades. O canal do YouTube, você encontra vídeos autorias sobre acessibilidade, entrevistas, lives e muita coisa mais.

 

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