Atividades de lazer passaram a fazer parte da programação, e acabei tomando conhecimento do Tour Eficiente, onde alunos do curso de Guia de Turismo do Senac, fizeram um passeio guiado pelas vinícolas de São Roque. Fui então convidado a acompanhar o passeio, e a partir daí passei a fazer parte de várias outras atividades, como a palestra no Dia D do Adote, Jipe Eficiente, Feijuca do Adote, Um Salto Para a Vida e o Gotas Eficientes.
A inclusão no motociclismo
O ponto de encontro foi no Paço Municipal Presidente Tancredo Neves em São Bernardo do Campo, pois alí há uma área estacionamento grande, que fica sem movimento aos finais de semana, então um local e situação ideal para reunir várias pessoas e veículos com segurança.
Nessa edição foi possível a inclusão no motociclismo com minha participação, graças às motocicletas triciclo, aquelas que possuem três rodas, que possuem assentos mais confortáveis e estabilidade, pois não precisam jogar com o equilíbrio. Na edição passada, Antônio Veiga, o presidente do Adote Um Cidadão, havia tentado contato com voluntários que tivesses triciclos, ou até um módulo lateral, chamado de side-car, que é tipo um assento que se encaixa em uma moto de duas rodas. Mas infelizmente não conseguiu esse equipamento na época.
A grande participação foi de pessoas com deficiência visual, e eles puderam se divertir muito, fazendo o reconhecimento tátil das motocicletas estacionadas, e até acelerando elas paradas. Sem contar o passeio em si, pois sentir o vento no rosto, ouvir o barulho do ronco dos motores e sentir a vibração da moto rodando na estrada, é um prazer multissensorial, ideal para quem não enxerga. A inclusão no motociclismo foi completa com a hospitalidade dos motociclistas em receber os passageiros. Como pessoas com deficiência visual não tem problemas de equilíbrio, então puderam ir nas garupas das convencionais motos de duas rodas.
Eu escolhi uma das várias motos triciclos que estavam participando esse ano. Esse tipo de veículo, é possível que eu dirija também, inclusive quando eu fui tirar minha carta de motorista pela primeira vez, após ter adquirido a deficiência, me perguntaram se eu gostaria de tirar carta de habilitação para moto também. Então seria possível fazer uma atividade totalmente inclusiva, comigo dirigindo, mas é claro, eu precisaria ter minha habilitação para dirigir motos.
Tenho alguns colegas que utilizam aquelas motos tipo Scooter com três rodas, e por isso praticam a inclusão no motociclismo no cotidiano. Eu mesmo já fiz um test drive em uma delas. Mas esse tipo de equipamento é bom para pessoas que tem uma mobilidade e equilíbrio melhor, pois para mim fica difícil acomodar minha cadeira de rodas. Inclusive, esses colegas que citei, são pessoas com Poliomielite, que conseguem ficar de pé com apoio.
Na posição de um especialista em acessibilidade e inclusão, eu sempre procuro alternativas de atividades inclusivas como a inclusão no motociclismo, onde todos possam participar. O Moto Eficiente deste ano foi bastante inclusivo, e da forma como foi organizado, qualquer tipo de pessoa poderia participar. Sempre utilizo esses casos de sucesso como referência para ilustrar minhas palestras, ou para ensinar meus alunos em minhas aulas e cursos. Meu treinamento sobre inclusão e relacionamento com a pessoa com deficiência, é carregado com esse tipo de conceito.
Serve até como referência para mim mesmo, quando faço minhas avaliações em minha consultoria em acessibilidade. Faço questão de mostrar a todos em minhas redes sociais, inclusive já havia postado um vídeo do Moto Eficiente em meu Instagram, mas agora preparei este artigo mais elaborado e produzi um vídeo mais completo para o meu canal do YouTube. Então, não deixe de me consultar sempre que precisar!
0 comentários