Com apoio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, a 11ª edição da Virada Cultural terá mais de 40 atrações com acessibilidade, entre tradução para Libras e musical com audiodescrição
A edição de 2015 da Virada Cultural, evento promovido pela Prefeitura de São Paulo que difunde cultura em 24 horas de atividades variadas, contará nos dias 20 e 21 de junho com o maior número de atrações com recursos de acessibilidade em seus 11 anos de história. Se a ideia é levar para múltiplas partes da cidade espetáculos de música, dança, teatro, performace e diferentes manifestações culturais, agora tais iniciativas de democratização chegam ainda mais próximas de todas as pessoas que possuem ou não deficiência. Mais de 40 atrações receberão interpretação simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) em uma parceria entre as Secretarias Municipais de Cultura e da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. Os destaques ficam por conta de nomes renomados, como Caetano Veloso, artista que encerra a edição no palco Júlio Prestes, e os músicos da Jovem Guarda, Martinha e Vanuza, Golden Boys e Wanderléa no palco da Avenida São João, todos acessíveis para pessoas com deficiência auditiva. “Iniciamos neste governo uma trajetória que nos permitiu dar fortalecimento nas questões sociais no que se refere ao ciclo de vida das pessoas com deficiência, dentre elas o direito de acesso à cultura e lazer.
No primeiro ano de parceria ativa, em 2013, tivemos três atrações com acessibilidade, batendo o número de 13 atividades no ano seguinte. Já em 2015, este número toma novas proporções com ações que acontecerão não só no centro da cidade”, disse Marianne Pinotti, secretária da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida A acessibilidade estará presente na programação completa da Viradinha Cultural, voltada especialmente para a criançada e organizada em parceria com o programa São Paulo Carinhosa. As apresentações nos palcos e tablados montados na Biblioteca Monteiro Lobato e Praça do Rotary serão traduzidas para a Língua dos Sinais, com destaque para os grupos Palavra Cantada e Beatles para crianças. Além disso, haverá uma sessão de cinema inclusivo para crianças com e sem autismo com a exibição do filme “O Menino e o Lobo” (Alê Abreu), que terá alguns cuidados especiais, como luz acesa, som em menor volume e monitores.
“A Virada é um evento democrático de convivência e ocupação da cidade, que convida a população a se apropriar de espaços públicos por meio da arte, da música, da dança, das manifestações populares”, destacou Nabil Bonduki, secretário municipal de Cultura. Ainda para contemplar a pluralidade de estilos e gostos musicais, interpretação em Libras será oferecida tanto em apresentações de rap, concentradas em palco no Anhagabaú, quanto em shows de música caipira e sertanejo que integram o ciclo de homenagens a Inezita Barroso, em um arraial especial na Praça da República. Para levar acesso à cultura também para pessoas com deficiência visual, o musical “Rita Lee Mora ao Lado”, adaptação do livro “Rita Lee Mora ao Lado — Uma Biografia Alucinada da Rainha do Rock”, de Henrique Bartsch, ganhará sessão com audiodescrição.
O engajamento pela acessibilidade partiu também dos próprios artistas. João Bosco, que se apresenta às 22h de sábado no Ibirapuera, e Lenine, que sobe ao palco às 23h59 na Júlio Prestes, trarão consigo seus próprios intérpretes de Libras. O mesmo acontece com a banda de reggae Leões de Israel, às 16h do domingo no CEU Vila Curuçá. As ações deste ano dão continuidade a um projeto transversal da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de fomentar acessibilidade em eventos e atrações públicas da cidade de São Paulo, inclusive na Virada Cultural. Em 2013, um dos maiores festivais de cultura na rua de todo o mundo contou com três atrações acessíveis. Já em 2014, este número passou para 13 apresentações. No terceiro ano de parceria, o número de iniciativas inclusivas mais que triplicou, incluindo ações espalhadas pelos quatro Centros Educacionais Unificados (CEUs) que integram a programação deste ano. De acordo com dados do último Censo do IBGE (2010), a capital paulista possui 340 mil pessoas com deficiência visual mais grave e 120 mil com deficiência auditiva severa.
Fonte: Portal Bragança