Turismo Adaptado no Fórum Panrotas. A importância do turismo acessível.
O Fórum Panrotas é reconhecido como um dos mais importantes eventos para a indústria do Turismo brasileiro. O evento exibe cases de diferentes modelos de negócios que estão sendo reinventados pela tecnologia e o impacto do consumidor conectado em diferentes plataformas de comunicação. Palestras e painéis discutem o papel da liderança dentro das organizações, trazendo em cada edição as tendências do marketing, distribuição, sustentabilidade, tecnologia e análises sobre comportamento do consumidor.
O evento anual reúne as principais lideranças dessa importante indústria, trazendo reconhecidos palestrantes tanto do Brasil quanto do Exterior. Todos os anos eu (Ricardo Shimosakai) participo do evento, convidado pela organização do evento, que entende a importância da acessibilidade no turismo.
Na edição de 2012, eu questionei para os participantes da mesa redondo “Futuro da Aviação para o Brasil e América Latina”, o que estava sendo feito sobre acessibilidade pelas companhias aéreas, e respostas vagas foram dadas. Na época, José Efromovich, presidente da Avianca no Brasil ainda veio falar comigo em particular, e contou orgulhoso que a Avianca era patrocinadora da Seleção Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas. Eu comentei que era uma ótima atitude, mas isso não tirava a responsabilidade em oferecer acessibilidade nos vôos da empresa, e que nesse campo pouco tinham feito.
Na edição de 2018, dei um novo depoimento, onde falei sobre a importância do turismo acessível. Mostrei minha indignação sobre como o Brasil não dá atenção para este segmento. Nosso país possui um número enorme de pessoas com deficiência, potenciais turistas, sem contar os milhões de turistas com deficiência de outros países, que gostariam de conhecer o fascinante país do samba e futebol, mas com acessibilidade.
Quem sabe o mercado do turismo não dê importância porquê não conhecem bem as pessoas com deficiência, e na verdade poucos querem conhecer. A imagem mais comum que a sociedade tem dessas pessoas, e que é absorvida espontaneamente por ser mostrada nos grandes veículos de comunicação, é daquela pessoa carente e com dificuldades, e que busca incansavelmente por benefícios.
Não é esse tipo de público que o comercio quer. Mas existe um público com deficiência que é ativo, com bom nível socioeconômico, que sabe driblar as dificuldades de uma sociedade discriminadora e de locais onde a falta de acessibilidade é evidente.
Esse cenário é uma prova que o turismo brasileiro é muito imaturo. Não acredito que seja uma coincidência que, os destinos que mais faturam com a atividade do turismo, geralmente também são os mais acessíveis. E para quem quer encarar a coisa pelo lado mais difícil, aqui vai um recado.
A acessibilidade não é uma escolha, e sim uma obrigação. Se você não quer ter a iniciativa e adequar seu negócio para isso, pode ter certeza de que a iniciativa virá de outra forma. A diferença é que quando a iniciativa parte da sua empresa, será visto como uma atitude louvável, que elevará o jeito que enxergam seu empreendimento, enquanto que da outra forma, provavelmente virá através de reclamações ou processos, que se espalham facilmente pela sociedade altamente conectada, e daí a visão das pessoas do seu negócio vai lá para baixo, e essa cicatriz que ela deixa pode incomodar muito.
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