Tetraplégica surfando em prancha adaptada. Mara Gabrilli pega sua primeira onda.
Em março de 2015, Mara Gabrilli experimentou surfar, pela primeira vez depois que ficou tetraplégica. Algo que já tinha sido experimentado no Brasil por Taiu Bueno, que era um surfista consagrado e que também ficou tetraplégico em novembro de 1991.
Veja o texto escrito por Mara e postado em seu perfil no facebook:
“Que onda! Quando eu acho que já vivi muita coisa nessa vida, uma onda me leva a sentir novas e fortes emoções! Hoje, no Guarujá, peguei minha maior onda desde que fiquei tetraplégica. Graças ao Cebola, que está comigo na foto, o “bico” da prancha não entrou na água, o que provavelmente nos faria capotar. Depois do susto, o que ficou foi muita adrenalina e fortes emoções!”
O Brasil é conhecido pelas suas praias, que é uma das propostas turísticas que atrai milhões de visitantes. Então o movimento de luta pelos direitos das pessoas com deficiência também passou a reivindicar o direito de acesso à praia, e todas as atividades relacionadas a ela. E com isso surgiram as praias acessíveis, que trouxeram junto o surf adaptado, frescobol e caiaque, entre outras práticas normalmente realizadas em ambientes de areia.
Ricardo Shimosakai, o Diretor da Turismo Adaptado, em uma visita ao Rio de Janeiro há anos atrás, foi visitar um projeto de praia acessível e percebeu uma falha importante. Geralmente essas propostas funcionam em períodos específicos, algumas somente no verão, e outras o ano inteiro, mas somente aos fins de semana. A visita estava agendada para o domingo, mas nesse dia choveu e a ação foi cancelada. Então Ricardo não pode conhecer o projeto, pois nos outros dias em que estava no local, o projeto não funcionava. Para quem mora no local, não tem problema, pois é só voltar em outros finais de semana, mas e para o turista que está de visita e não tem esse tempo todo?
“Eu conheci projetos de praia acessível que funcionam de forma permanente, como em Barcelona na Espanha. Lá tem esteiras de madeira fixas, ao contrário do Brasil onde a estrutura é montada e desmontada no dia de operação. Também haviam banheiros amplos feitos de container, para que pessoas com deficiência como cadeirantes, tenham um lugar espaçoso e acessível para se trocar e tomar banho.”, comenta Ricardo Shimosakai.
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A Refresh Brazil está empenhada há 4 anos em proporcionar “praia acessível”, de verdade, mesmo SEM APOIO, seja de iniciativa privada ou governamental. O caminho é árduo, e esperamos que algum empresário de visão “enxergue” isso!
Praia é um dos destinos mais procurados por turistas, e se considerarmos o grande número de pessoas com deficiência existentes, podemos dizer que uma praia acessível é bastante necessária. Há várias iniciativas pelo Brasil, mas ainda acho, como descrevi no texto, que nenhuma consegue atender da forma mais adequada. No empreendedorismo dizem que persistir é uma das qualidades de um bom empreendedor, pois a maioria desiste. Também tenho muitas dificuldades, mas acredito em nosso serviço e aos poucos estamos evoluindo.
Boa tarde ,em nossa cidade Guaratuba -Pr , litoral ,o projeto ‘Praia acessivel ‘ funciona desde janeiro de 2012 , de lá para cá já houve várias modificações , para sua melhoria . Nosso Conselho é atuante e estamos sempre melhorando ou tentando melhorar nossa cidade . Temos o sistema de empréstimo das cadeiras o ano todo, com as cadeiras do município . E no verão também tem as do Estado ,projeto através da Sanepar.
Bom saber que existe cadeiras anfíbias o ano inteiro. O projeto parece bom, mas então vocês precisam trabalhar melhor para serem conhecidos, pois mesmo se a gente procurar especificamente por praias acessíveis, ainda é difícil encontrar Guaratuba como uma opção.