Salas sensoriais recebem pessoas com autismo em aeroportos
Locais ‘tranquilos’ foram criados em terminais nos EUA e na Irlanda
RIO – Salas tranquilas e silenciosas para crianças sob o espectro do autismo estão surgindo nos aeroportos. O aeroporto de Shannon, que atende a região sudoeste da Irlanda, abriu no fim de março uma “sala sensorial” para crianças e adultos com desafios do desenvolvimento neurológico, o que inclui o autismo. Próxima ao saguão de embarque, a sala foi planejada para ser um lugar calmo, com parede ondulada e sistema de iluminação que muda de cor. Há salas tranquilas também nos aeroportos de Myrtle Beach, Carolina do Sul, e em Atlanta, Geórgia. A Delta Air Lines abriu uma sala multissensorial no Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson, em 2016, em parceria com o grupo de defesa do autismo The Arc. A sala fica em um local tranquilo do aeroporto, que é um dos mais movimentados do mundo, e tem piscina de bolas coloridas, painel tátil para atividades, entre outros equipamentos.
Em Londres, o aeroporto de Heathrow abriu uma sala tranquila em 2013 no lounge para famílias do Terminal 3. Sem ser exclusivamente voltado para autistas, está aberto a qualquer família.
Salas criadas também nos EUA
Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, há salas tranquilas em aeroportos em Myrtle Beach, no estado da Carolina do Sul e em Atlanta, Geórgia. A Delta Air Lines abriu uma sala multisensorial no Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson, em Atlanta, em abril de 2016, em parceria com The Arc, um grupo de defesa do autismo. A sala, localizada em um local tranquilo do aeroporto, tido como um dos mais movimentados do mundo, contém piscina de bolas coloridas, escultura de água borbulhante, painel tátil para atividades e outros acessórios e equipamentos que acalmam.
A sala tranquila no terminal de Myrtle beach também foi inaugurada em abril, após uma mãe da região, Becky Large, que é associada ao grupo chamado Champion Autism Network, procurou a admnistração do aeroporto pedindo “algum tipo de apoio às famílias”.
– O resultado foi que conseguimos uma sala tranquila na área de restituição de bagagens, que vem funcionando muito bem – disse Becky, mão de dois filhos, um deles com Síndrome de Asperger.
O responsável ou cuidador pode ficar com a criança na sala enquanto alguém “vai buscar a bagagem e o carro alugado”. Dá a eles um local para descomprimir.
Alguns aeroportos e companhais aéreas também oferecem às famílias com viajantes dentro do espectro de autismo oportunidades para se familiarizarem com as experiências vividas nos aeroportos, que podem ser estressantes para eles. O Aeroporto Internacional de Harrisburg, na Pensilvânia, por exemplo, oferece o programa “Asas para todos” (“Wings for All”), que permite às crianças com autismo e transtornos de processos sensoriais simularem a experiência dos procedimentos de embarque para que saibam o que esperar quando fizerem uma viagem de verdade.
Um programa similar foi oferecido em Myrtle Beach no início deste ano, e o aeroporto irlandês Shannon lançou um programa voltado para os clientes ano passado, disponibilizando bonés e pulseiras para viajantes com autismo e outras necessidades especiais – para que as equipes de funcionários pudessem identificá-los mais facilmente e assim interagir adequadamente com estes passageiros.
– Passar pelos equipamentos de segurança, mesmo para quem não tem autismo, pode ser um desafio – diz Michael Schiferl, de Chicago, cuja filha está no espectro, mas é ainda mais desafiador para as crianças que são facilmente sobrecarregadas por máquinas barulhentas, multidões e ter que tirar os sapatos. Ele disse que os funcionários da Administração da Segurança dos Transportes (TSA, na sigla em inglês) foram “muito atenciosos” quando souberam da condição de sua filha.
Surfisde Beach, destino ‘autism-friendly’
Becky Large conta que teve sua cidade, Surfside Beach, que é próxima a Myrtle Beach, declarada destino “autism-friendly” ano passado, depois que restaurantes, hotéis parques e outros locais participaram de treinamento sobre como interagir com crianças com autismo. Ela conta que eles ficam “superestimulados por luzes, sons, aromas e aglomerações”, então, diz, um restaurante deveria sentar essa família em um lugar de “menor movimento e afastado da cozinha”.
Para ela, uma meta maior seria ampliar a compreensão em todos os níveis com as crianças com necessidades especiais que podem exbir comportanto não usual ou embaraçoso.
– Muitas vezes quando saímos de casa com as crianças, as pessoas nos olham como se fossemos péssimos pais. Por isso, muitas pessoas preferem ficar em casa. Nossa missão é fazer com que todos possam sair e brincar – dis Becky.
Fonte: O Globo
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