Rock in Rio para todos. A acessibilidade num dos maiores eventos de música do mundo.
Logo no portão de entrada do festival, em um stand da Doritos, se pode solicitar as cadeiras de rodas manuais ou os kit´s livres, um suporte motorizado que é adaptável a qualquer tipo de sistema de apoio físico. A produção do evento disponibilizou, ao todo, 85 cadeiras, entre normais e motorizadas.
E para maiores distâncias, também tem como pedir pelo transporte por meio de um carrinho de golfe – o que é uma possibilidade, já que o espaço onde ocorre o Rock in Rio tem 385 mil metros quadrados-, que é uma exceção para PCD.
Sem poder encarar longas distâncias, a professora Maria de Fátima Mesquita, de 51 anos, veio de Brasília com a família apenas para conferir o evento. Portadora de fibrose pulmonar, caminhar trajeto muito grandes se tornou uma impossibilidade a ela pela falta de ar. Mas, felizmente, tudo ocorreu da melhor maneira possível, pois, de acordo com Maria, o único problema foi chagar à portaria da Cidade do Rock; a partir daí, ela foi só elogios à estrutura.
A outra opção é o kit livre, um sistema motorizado de uma roda, cujas laterais são adaptáveis às cadeiras. Quem utilizou um desses, foi o guia turístico Guilherme Lima, de 48 anos, que, durante o carnaval deste ano, contraiu uma grave infecção que na mesma semana obrigou os médicos a amputarem uma das pernas dele; há três meses, ele colocou uma prótese. Nesta sexta-feira, Lima veio à oitava edição carioca do Rock in Rio para assistir ao show da banda inglesa Iron Maiden, principal atração da noite. Mas hoje, diferentemente de domingo, quando também esteve aqui, ele conseguiu um kit livre.
“Acho que seria legal se mais eventos tivessem todo esse apoio de acessibilidade que o Rock in Rio dá. Pois não é só a cadeira, também tem o estacionamento especial, e eu vim dirigindo no meu carro, que também é adaptado. Quem não tem carro, pode ir até o Shopping Metropolitano, que eles (a produção do evento) traz de van até aqui.
Lima fez uma crítica em relação ao controle do tempo em que cada pessoa pode ficar com o kit. De acordo com ele, deveria ser mais regulado, pois, segundo ele, sem o sistema elétrico como ficou no domingo, a situação fica bem mais complicada.
“Hoje, cheguei mais cedo e consegui pegar uma cadeira. Consigo ir ao banheiro, inclusive. No domingo, fiquei muito travado, pois estava só com as moletas e ainda estou em uma fase de adaptação com a prótese, então, foi bem difícil. A única crítica que eu tenho é que devia ser por tempo, porque a pessoa que chega às 14h e consegue pegar, não tem hora para devolver. Então, quem chega depois, fica sem. Podia ser duas horas com um, duas horas com outro. Assim, mais pessoas teriam acesso”, disse Lima.
Ele ainda relembrou um episódio no qual se encontrou em uma situação na qual teve que se privar de um serviço devido à falta de acessibilidade.
“Teve uma situação, quando não tinha prótese ainda, que fui em um restaurante e o funcionário se desculpou por não ter rampa e outros facilitadores. Falei: ‘não esquenta, não. Isso é uma coisa temporária, porque daqui a pouco vou colocar a prótese, e acabou o problema’. Mas, na verdade, tinha um problema, porque tem outros deficientes. Tinha que ter mais lugares preocupados, mas não apenas por inclusão, mas pelo lado prático, empresarial também, pois é um público” alerta ele.
Fonte: Tupi FM
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