A prefeitura do Rio espera capacitar entre 100 e 150 restaurantes em um projeto de acessibilidade que foi lançado hoje (16) pelas secretarias Especial de Desenvolvimento Econômico e Social e da Pessoa com Deficiência. A iniciativa, chamada de Polos Gastronômicos Inclusivos, aproveita os agrupamentos feitos pelo Programa Polos do Rio para oferecer formação para os associados.

“O segmento da pessoa com deficiência cada vez mais utiliza os espaços da cidade e cada vez mais precisa que eles estejam adaptados. A cidade do Rio tem uma dívida muito grande com essa população. Estamos muito atrasados na acessibilidade urbana”, reconheceu o subsecretário Carlos Alberto Rocha, da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência. “Quando se fala em acessibilidade, por consequência se fala em pessoas obesas, da mãe com carrinho ou criança de colo, da gestante, do idoso…”

O projeto teve a adesão de 13 dos 24 polos da cidade em seu lançamento. Dos 24, 17 podem ser considerados preponderantemente gastronômicos. De acordo com o diretor de polos, José Augusto Costa, esse número supera a meta inicial de dez. As 13 localidades tem entre 600 e 700 estabelecimentos desse tipo, número ao menos quatro vezes maior que a meta inicial do programa. “Será um trabalho gradual”, explica Costa. “A capacitação vai acontecer em três encontros a partir do início de maio e deve ser concluída em até seis meses”.

A ideia da prefeitura é fazer três encontros com cada um dos polos, direcionando os conteúdos a públicos diferentes. O primeiro encontro focará nos metres, gerentes e donos de restaurantes, para esclarecer os benefícios que o programa trará para os estabelecimentos, com conceitos como acessibilidade física, materiais de comunicação visual, cardápios adaptados e outras questões. Outros encontros tratarão de temas do dia a dia, como atendimento e abordagem aos deficientes e a desmistificação do tema da acessibilidade.

Além da adaptação interna dos estabelecimentos, o programa também prevê que os donos peçam à Secretaria de Conservação a implantação de infraestrutura no entorno dos polos, como rampas de acesso e sinalização especial. O coordenador do escritório de gerenciamento de projetos da secretaria, Bruno Agnes, lembrou que manter a conservação das calçadas faz parte da obrigação dos próprios restaurantes, mas que adaptações como as rampas serão implantadas no decorrer do projeto conforme os pedidos forem sendo feitos.

Representante do polo de Pedra de Guaratiba, bairro da zona oeste do Rio, famoso na cidade por sua produção de pescados e também por sua distância do centro, o dono de restaurante Carlos Bacha considera fundamental que o entorno também seja adaptado. “Temos que incluir essas pessoas em todos os processos da sociedade. E, em um local como o nosso, Pedra de Guaratiba, não temos muitas calçadas com acessibilidade. Que isso se propague na região como um todo. Só conheço uma rampa lá, que foi de um comércio novo que inaugurou e ele deve ter feito”, diz Bacha, que lembra também a importância do transporte público para chegar ao bairro, que fica a cerca 60 quilômetros de distância do centro. “Se não, a acessibilidade fica só para quem anda de carro”.

Fonte: Capital Teresina

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