Rigoletto, Ópera de Verdi com recursos de acessibilidade no Theatro São Pedro
Talentos jovens e maduros vão se encontrar no clássico palco da Barra Funda para a primeira ópera montada com a participação da Orquestra do Theatro São Pedro. O maestro Roberto Duarte, 68 anos, comanda os músicos para a encenação dirigida por Lívia Sabag, 30. Rigoletto, do italiano Giuseppe Verdi, foi a ópera escolhida para a estréia. Rigoletto é uma realização do Governo do Estado de São Paulo, com produção da APAA – Associação Paulista dos Amigos da Arte. A ópera terá audiodescrição para portadores de deficiência visual, por meio de parceria com o Instituto Vivo.
“Os dois elencos se revezam nas cinco récitas. Solistas convidados e cantores escalados nas audições participam de um dos elencos. O objetivo é desenvolver novos nomes da música lírica em São Paulo”, afirma Roberto Duarte. “Cada cantor traz um ponto de vista diferente da obra e de seus papéis. É enriquecedor ter vários artistas criando para o mesmo espetáculo”, completa Lívia Sabag.
Ópera popular de Verdi, em três atos, com libreto de Francesco Maria Piavi, baseado na peça Le roi s’amuse, de Victor Hugo, Rigoletto foi montada pela primeira vez em 1851, no Teatro La Fenice, em Veneza. Em São Paulo, a primeira encenação foi em 1876 no extinto Teatro São José. A produção conta a história do Duque de Mantova, que se apaixona por Gilda, ingênua filha do corcunda Rigoletto. Após ter a filha sequestrada por cortesãos que a levam para o palácio, Rigoletto contrata Sparafucile para matar o duque. Influenciado por sua irmã Maddalena, que é apaixonada pelo duque, o assassino mata Gilda e entrega o corpo ao pai da jovem.
Rigoletto será acessível para pessoas com deficiência visual. Cada apresentação terá uma cota de 15 pares de ingressos gratuitos para esse público. As pessoas com deficiência visual (que podem estar acompanhadas de cães-guia) recebem fones de ouvido para escutar a tradução simultânea do italiano para o português e a audiodescrição, inserida no intervalo dos diálogos.
As récitas contam com uma estrutura especial com monitores, que vão orientar a plateia sobre seus lugares. A ópera também tem programa em Braille. O recurso da audiodescrição, disponibilizado pelo Instituto Vivo, é utilizado em espetáculos teatrais encenados no Teatro Vivo e foi adaptado para atender às necessidades de tradução da ópera. O trabalho é feito por audiodescritores voluntários do Instituto.
O Teatro possui acessibilidade arquitetônica razoável, possuindo uma entrada alternativa para o interior do teatro, banheiros acessíveis, e espaço para cadeira de rodas na platéia. Um outro detalhe acaba auxiliando bastante pessoas com deficiência auditiva. Há um recurso de legenda, para que se compreenda o que os atores estão dizendo através de seu canto, pois a ópera é toda em Italiano.
“É um importante investimento para a cidade de São Paulo. Uma orquestra fixa possibilita que a cada ano sejam executadas mais óperas com qualidade na capital, que tem um público cativo para o gênero”, afirma o secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo.
Duração: 130 minutos, com dois intervalos de 15 minutos (cada).
APAA – Associação Paulista dos Amigos da Arte
“La Donna è móbile” (A mulher é volúvel), é a canção conhecida internacionalmente da Ópera Rigoletto de Giuseppe Verdi. Veja um vídeo a seguir com uma representação de Luciano Pavarotti
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