Recusada em universidade, estilista com síndrome de Down vira jogo na moda
Isabella Springmuhl nunca desistiu de seu sonho e hoje, aos 20 anos, é a primeira estilista com síndrome de Down da história. A jovem guatemalteca já foi convidada para apresentar uma coleção na Semana de Moda de Londres e integrou uma lista elaborada pela BBC das 100 mulheres mais influentes do mundo em 2016. Nada mal para quem foi impedida de entrar na universidade e começou fazendo roupas de trapo para suas bonecas.
Em entrevista por e-mail ao UOL, a criadora da marca Down to Xjabelle (fotos abaixo) conta como foram seus primeiros passos na carreira e a superação das adversidades. Leia a seguir:
Trajetória na moda
Minha mãe conta que quando eu era mais nova passava horas folheando revistas de moda. Quando cresci, comecei a fazer roupas de retalhos para minhas bonecas.
Atualmente faço um curso de corte e costura. Montei um ateliê onde duas costureiras e duas bordadeiras confeccionam minhas peças. Eu crio os desenhos, escolho os tecidos, as cores, formas e acessórios.
Minha inspiração é a natureza e as cores da Guatemala. As tonalidades dos trajes indígenas são muito vivas e alegres. Uso apenas tecidos tradicionais. Eles são confeccionados à mão pelas senhoras guatemaltecas, que usam fios de algodão e seda em teares de cintura.
Com meu trabalho, fui convidada para participar como estilista revelação na semana de moda de Londres. Foi uma enorme felicidade, senti muito orgulho.
Vencendo o preconceito
Ao me formar no ensino médio, tentei ingressar em faculdades de moda, mas fui rejeitada por causa da minha condição genética. Foi uma muito triste, eu fiquei devastada.
Já sofri preconceito diversas vezes na minha vida. Quando pequena, não me aceitaram no balé por causa da minha condição. Depois, nas universidades. Gosto de como sou, uma menina com síndrome de Down que ama o que faz.
Quero que todos saibam que pessoas como eu podem fazer muitas coisas, mesmo que nos custe o dobro de esforço. É importante não se render e lutar, sempre seguindo em frente.
Moda inclusiva
Eu também desenho para pessoas com síndrome de Down. Sei como é difícil encontrar roupas que nos vistam bem. Na maioria das vezes, somos mais baixos, com pescoço largo e membros curtos. Então, faço peças adaptadas, com bom caimento e que nos façam sentir bonitos.
Adoro me vestir bem e com roupas modernas. Se outros estilistas soubessem como é bom usarmos peças legais, começariam a pensar mais em nós na hora de desenhar as coleções.
Fonte: BOL
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Que bom ler esse texto sobre tamanha superação!Eu tbm enfrentei dificuldades e preconceitos qnd fiz faculdade,de Psicologia veja só,mas passei por isso me tornando ainda mais forte e hj trabalho na minha área.
Quando sabemos aproveitar, as adversidades em nossa vida nos fortalecem ao invés de derrubar. Parabéns!