Wheel The World
A Wheel The World surgiu do esforço de dois amigos chilenos – Alvaro Silberstein (cadeirante) e Camilo Navarro – para possibilitar a viagem dos dois para o Parque Nacional Torres del Paine, na Patagônia. Com um crowdfunding bem sucedido, conseguiram recursos para comprar uma cadeira de rodas adaptada para Silberstein e decidiram começar o negócio na área de turismo. Oferecem roteiros de viagens acessíveis e incríveis, onde além dos locais acessíveis, também possuem equipamentos auxiliares e pessoal treinado para o atendimento inclusivo.
Como todos os participantes do grupo principal eram todos Chilenos sem conhecimento da Língua Portuguesa, por eu ter uma fluência na Língua Espanhola, servi como um intérprete em diversas situações onde a comunicação não era clara.
Desafios
- rOrganizar um produto turístico completo com acessibilidade, também conhecido como pacote de viagem acessível, para turistas em cadeira de rodas
- rIndicar soluções aos problemas da falta de acessibilidade encontrados em toda a visita técnica e melhorias naqueles onde a acessibilidade é parcial
- rParticipar na criação e produção de materiais em diversos formatos de mídia para ilustração e divulgação do produto turístico criado
- rServir como um guia para a compreensão das operações turísticas no destino, intérprete para o idioma espanhol e fornecimento de informações importantes na criação integral do produto turístico
Soluções
- RTradução e interpretação para o grupo por todo o período de visitação, em todos os locais e em todas as situações
- RVisitação e avaliação juntamente com o grupo, para identificar as condições de acessibilidade
- RParticipação como personagem nas fotos e filmagens, para a elaboração de todo o material promocional do roteiro de viagem
- RTeste e orientações para melhor utilização das tecnologias assistivas utilizadas nas diferentes atividades, como a cadeira anfíbia e o módulo de locomoção
- RAvaliação das condições de acessibilidade das estruturas e equipamentos, inclusão na operação dos serviços, nos diferentes atrativos turísticos
- RPromoção da empresa, execução do trabalho e produto final, através de mídias digitais e impressas, entrevistas por áudio e vídeo
- RServiço de guia, fornecendo informações dos locais visitados, na parte do interesse turístico e das questões de acessibilidade e inclusão
Logo na primeira noite, fomos conhecer a noite carioca no Rio Scenarium no tradicional bairro da Lapa. Uma casa noturna com três andares, acessíveis por elevador, e com uma decoração diferenciada, pois é um antigo antiquário. Ali mostrei a alegria do brasileiro, nas músicas animadas, fomos para a pista dançar, e saboreamos tradicionais bebidas como caipirinhas e petiscos típicos como queijo coalho e pão de queijo.
Mudando um pouco de ambiente, fomos conhecer a Floresta da Tijuca, onde o transporte foi feito pela Jeep Tour, que possui carros adaptados. Caminhonetes com a parte traseira aberta e adaptada para passageiros sentados e em cadeira de rodas, e o acesso é feito através de rampas móveis em forma de canaletas. Com a ajuda de uma cadeira anfíbia, que roda no piso e também flutua na água, entramos em um pequeno lago com queda d’água e visitamos outras cachoeiras, observando animais e contemplando a natureza.
O monumento do Cristo Redentor, localizado no morro do Corcovado, uma das sete maravilhas do mundo moderno, e cartão postar do turismo brasileiro, apresenta algumas dificuldades. Fizemos a primeira parte do acesso através do Trem do Corcovado, que opera com embarque prioritário e possui uma rampa móvel auxiliar, e espaço interno suficiente, conseguido com assentos retráteis.
Algumas semanas antes da visitação, o Rio de Janeiro tinha passado por um temporal que deixou elevadores e escadas rolantes fora de serviço. Em nossa visita, somente um dos elevadores estava funcionando, com um controle de acesso para dar prioridade àqueles que realmente precisavam, como nós cadeirantes. Depois, o acesso da primeira base do Cristo Redentor, até o local principal, o acesso é feito somente por escadas comuns e escadas rolantes, e estas estavam inoperantes para todos.
Fomos fazer uma visita na conhecida praia de Copacabana e conhecer o projeto Adaptsurf. A acessibilidade na praia é montada, com esteiras para dar condições de avançar com sua cadeira de rodas tradicional até mais próximo do mar. Com cadeiras anfíbias, uma equipe treinada te fornece roupas e passa orientações, para depois pegar ondas e surfar com pranchas adaptadas. Depois, para tirar a areia do corpo e também da cadeira de rodas, fomos em um dos chuveiros dos postos de salva-vidas.
Fomos até a ponta da praia do Leme, no caminho dos pescadores, vivenciar pescarias de peixes de água salgada. Prestando atenção na mobilidade do calçadão da orla, dos banheiros públicos no caminho e na acessibilidade nos restaurantes à beira-mar. Pontos de travessia de rua, acessos à areia da praia, e um reconhecimento da hospitalidade carioca e como a cidade se comporta em seu cotidiano.