Você já parou pra imaginar como deve ser a rotina de um deficientes visual? Pode ter certeza que pensar como seria não enxergar não é a mesma coisa do que de sentir como é a vida e quais são as dificuldades do dia a dia de alguém que não enxerga.
Pensando nisso, a Biblioteca Louis Braile, no Centro Cultural de São Paulo, junto com a galera do Ação Educativa, idealizou o Passeio no Escuro. A ideia é aproximar pessoas com e sem deficiência visual usando um piso tátil para percorrer os espaços do Centro Cultural São Paulo e as ruas da cidade.
Antes de se tornar um passeio aberto ao público, foram feitos alguns experimentos com os próprios funcionários do Ação Educativa. “A princípio, o passeio era feito com o pessoal que trabalha aqui, mas o número de participantes foi só crescendo”, conta Nádia Kouchi, do Ação Educativa.
O trajeto é curto, mas mesmo assim já da pra ter uma noção de como é viver no escuro. “A gente sai da Biblioteca Braile com vendas nos olhos e os funcionários da Braile, que em grande parte são deficientes visuais, guiam a gente por um trajeto de piso tátil que vai da biblioteca até o metrô”, explica Nádia.
Mas o Passeio no Escuro não fica só na caminhada. “Depois, temos uma mesa de discussão sobre a impressão que as pessoas tiveram nesse trajeto, porque tem toda uma problemática sobre o piso tátil, de como ele é implementado aqui no espaço ou se quem implementou realmente pensou no uso de quem tem problema visual. Nós anotamos todas as informações em nosso registro”, diz a acompanhante.
O passeio acontece em toda última sexta-feira do mês e, nesta semana, dia 28 de março, rola a primeira caminhada aberta ao público. “Nós, do Ação Educativa, acompanhamos os participantes como videntes e intervimos só se houver necessidade”, conclui.
Passeio no Escuro
Onde: Centro Cultural de São Paulo (Rua Vergueiro, 1000, São Paulo)
Quando: Última sexta-feira de cada mês, às 15h (podendo ser realizada em outros dias e horários, após agendamento)
Inscrições: Pelo telefone (011) 3397-4036 ou e-mail [email protected]
Público: Grupos de até 15 pessoas
Ponto de encontro: Biblioteca Louis Braille
Fonte: Guia da Semana