São 172 os sítios arqueológicos do Parque Nacional Serra da Capivara previamente preparados para visitação, inclusive para os turistas com deficiência. A arqueóloga Elizabete Buco assinala, na sua obra Turismo Arqueológico, que, “atualmente, o Parque Nacional Serra da Capivara oferece aos turistas com deficiência, dezessete pontos de visitação com completa estrutura de rampas anguladas de acesso, que atendem ao padrão de acessibilidade exigido mundialmente”.

E, logo a seguir, adianta que “esse projeto inovador é fruto da parceria entre a Fumdham e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e está de acordo com a nova política de acessibilidade exigida pelo governo federal para o planejamento de espaços públicos”. E informa, pedagogicamente: “Os sítios preparados para a visitação de pessoas com deficiência estão situados em três regiões do Parque: Baixão da Pedra Furada, Jurubeba e Baixão do Perna. Os acessos podem ser feitos através das guaritas do Boqueirão da Pedra Furada, da Jurubeba e Serra Vermelha”. Cuida, a seguir, a arqueóloga, do Circuito do Boqueirão da Pedra Furada, um dos símbolos do Parque.

Orienta, a propósito, a pesquisadora: “A entrada desse circuito se faz pela guarita localizada a 7 km da Rodovia BR-020, passando pelo povoado do Sítio do Mocó e seguindo para a cidade de Coronel José Dias. A guarita está situada cerca de 2 km do povoado, tem sanitários preparados para atender às pessoas com deficiência”. E prossegue: “No Sítio do Mocó, existe uma cabine telefônica e um camping, com sanitários, churrasqueira, cozinha equipada, energia elétrica, água encanada, tendas e quartos.

Nesse circuito, está localizado o Centro de Visitantes, equipado com lanchonete, auditório com vídeo, exposições temporárias, loja de lembranças, sanitário público. Existem também locais especiais para piqueniques.” E mais adiante: “O sítio Boqueirão de Pedra Furada pode ser visitado à noite, mediante reserva prévia e pagamento de uma taxa”. Logo após: “É no vale do Baixão da Pedra Furada que se encontra um monumento geológico chamado Arco do Triunfo da Pedra Furada. Desse circuito, chega-se ao Alto da Pedra Furada com passagem para o vale do Baixão das Mulheres – e ao Circuito da Chapada, passando pelo Alto dos Canoas e pelo Caldeirão dos Rodrigues”.

Mais adiante, algumas informações sobre a Toca do Boqueirão da Pedra Furada. Diz, a arqueóloga:

“Nas décadas de 1970 e 1980, alguns textos afirmavam que essa região, durante a pré-história, tinha sido provavelmente nunca habitada. A resistência à mudança atingiu, também, o meio acadêmico e, durante mais de uma década, os novos fatos não foram aceitos por alguns arqueólogos norte-americanos. Mas, os achados do Boqueirão da Pedra Furada foram tantos e tão bem datados, que originaram uma revolução na arqueologia americana. Esse museu-sítio é um monumento da pré-história. Grupos humanos durante milênios pintaram em suas paredes, criando um verdadeiro registro de sua cultura. A síntese visual de uma história escrita durante 29 mil anos sobreviveu a violentas alterações climáticas e, hoje, encanta os visitantes”.

A arqueóloga explica, a seguir, a formação desse sítio arqueológico.

“Esse sítio formou-se em uma cuesta arenítica, e apresenta três setores, uma parte central, e duas laterais, que convergem em um ângulo de 130 graus. Uma grande fenda na parte central da parede, resultado da erosão, dá a impressão ótica de uma conjunção de duas formações areníticas, mas, mas trata-se apenas de uma. A parede do sítio está em avançado estado de desagregação. A parte central é mais bem conservada, apresentando uma série de cavidades, há milênios. Nos setores laterais, aparecem afloramentos de sais, responsáveis pelos desprendimentos de estratos da rocha. As alterações climáticas e o avanço do processo de desertificação originaram esse processo de desagregação rochosa. O Sítio tem 70 metros de comprimento e as pinturas estão distribuídas sobre toda a parede, em alturas variáveis em relação do solo atual, chegando a até 8 meros de altura. Nesse sítio, acham-se representadas as características dos diversos momentos evolutivos dessa arte”.

Fonte: DM.com.br

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