Parque Nacional do Iguaçu ainda possui falhas em acessibilidade
Antoine (62) e Celin Reusseau (60), um casal francês, visitaram o Parque Nacional do Iguaçu (PNI) pela primeira vez no final de 2012. E de um passeio agradável, logo tornou-se um pesadelo, pois o acesso de cadeirantes no Parque é extremamente limitado. No início do passeio, Celin que é cadeirante, encontrou muita dificuldade no acesso para apreciar as quedas, pois sem rampas na trilha, o casal acabou se separando do grupo que estava mais adiantado com o guia.
Sem grupo e sem guia, o casal se aventura pela passarela imprópria para cadeirantes com longas escadas escorregadias e cercas de segurança que devido as condições de Celin, não a deixam nem um pouco segura.
Com alguma mobilidade, a cadeirante subiu e desceu os degraus se apoiando na cerca e usando uma bengala, seu marido já exausto de empurrar a cadeira pelo percurso, precisava subir e descer todos os degraus com a cadeira nas mãos.
O passeio de 1.200 metros foi um desconforto não só para o casal, mas para outros turistas que andavam pelas passarelas apertadas, pois a cadeira de Celin, ocupava muito espaço, o que criou um congestionamento no caminho. A insatisfação do casal se tornava visível a medida que venciam os obstáculos do passeio. Em suas expressões, era possível ver que certamente eles não voltariam.
Um passeio de custo elevado, que gera recursos e mantém a manutenção e preservação do atrativo, precisa oferecer uma estrutura melhor para turistas que necessitam de mais acessibilidade.
Dados Nacionais
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem mais de 1 milhão e 100 mil cadeirantes no Brasil, público pequeno comparado a 1 milhão e 500 mil visitantes não cadeirantes em 2011 no Parque Nacional do Iguaçu.
De acordo com a constituição brasileira, todo cidadão tem o direito de ir e vir, com isso, os portadores de necessidades especiais, precisam ser vistos como clientes. A prova de que isso não acontece, é que o PNI não menciona o acesso, ou a falta dele, nem mesmo em seu material publicitário.
Já o Parque Argentino, está mais preparado para o turista em cadeiras de rodas, lá, o visitante tem acesso a quase todos os percursos, o que proporciona uma visita mais agradável e prazerosa.
No lado brasileiro, após uma longa descida na trilha, os primeiros degraus escorregadios aparecem forçando o visitante a desistir do passeio, transtorno que seria evitado se informações da falta de acesso em alguns lugares e risco de acidentes fossem bem divulgados.
Segundo Galtierri Silva 38 anos, turista cadeirante do Rio de Janeiro, que visitava o parque com a família, “o local é lindo e cheio de vida, mas pena que não posso visitar todo o percurso” mesmo sem poder transitar por todas as trilhas devido sua deficiência, Galtierri estava muito satisfeito com o que pôde ver. Como sua cadeira de rodas era elétrica, ele não precisou fazer muito esforço durante o passeio.
De acordo com Pedro Theodoroditz (50), guia turístico em Foz, “a falta de acesso atrapalha bastante”. Para os guias de turismo, o problema piora quando o cadeirante esta acompanhado com a família e amigos que desejaram um momento de férias juntos e precisam decidir se irão conhecer o local apenas onde há acesso para cadeirantes ou se dividir. Muitos deixam de apreciar com o grupo e atrasam bastante o passeio, e o guia faz o trabalho em dobro.
No percurso, não há quem queira empurrar a cadeira, pois dependendo da altura, gera dores nas costas. Alguns guias cobram até 30 dólares só para ajudar o cadeirante no espaço Naipi, ao final da trilha.
Planos para a acessibilidade
O chefe do Parque Nacional do Iguaçu, Jorge Pegoraro, informou que, “A trilha das Cataratas, com aproximadamente, 50 anos, em toda sua extensão, possui degraus e rampas íngremes, fora das especificações da ABNT. Um projeto novo está em andamento no Instituto Chico Mendes – ICMBio, autarquia federal que administra os Parques Nacionais, o qual prevê a total acessibilidade da Trilha, não somente para cadeirantes, mas também para deficientes visuais”.
O projeto deverá ficar pronto no primeiro semestre de 2013. Após a confecção deste projeto uma licitação nacional deverá ser realizada prevendo a implantação (construção) da nova trilha. A meta da administração é implantar a nova trilha em 2014.
A solução para o problema tem até data para ser resolvido, mais até lá, ou seja, até a copa de 2014, os cadeirantes vão ter que se contentar apenas com um passeio bem limitado.
Onde o cadeirante têm acesso:
Trilha Poço Preto: caminho acidentado, não recomendado
Trilha das Cataratas: apenas no inicio e fim
Trilha das bananeiras: limitado
Macuco Safári: algumas partes podem ser frequentadas.
Rafting e Rapel: acesso com ajuda até o local
Naipi: acessível
Espaço Porto Canoas: acessível, banheiro adaptado, necessita pedir ajuda a funcionários.
Fonte: Cidade Foz
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Enviado por Samsung Mobile
podem me informar se atualmente,2015 os problemas de acessibilidade para o parque, continuam?
Os parques estavam realizando adequações, não sei se tudo foi concluido. Porém em nossa proposta de viagem à Foz do Iguaçu, isso não atrapalha, pois além dos parques, existem outras maravilhosas atrações para visitar