Paraolimpíadas – a inclusão no maior evento desportivo do mundo
Em 1948, Sir Ludwig Guttmann organizou uma competição esportiva envolvendo veteranos da II Guerra Mundial com uma lesão na medula espinhal em Stoke Mandeville, Inglaterra. Quatro anos mais tarde, os competidores dos Países Baixos se juntaram aos jogos e um movimento internacional nasceu. Jogos do estilo olímpico para atletas com deficiência foram organizados pela primeira vez em Roma, em 1960, agora chamado Paraolímpicos. Em Toronto, em 1976, outros grupos de deficientes foram adicionados e a idéia de fusão de grupos de diferentes deficiências para competições esportivas internacionais nasceu. No mesmo ano, os primeiros Jogos Paraolímpicos de inverno teve lugar na Suécia.
Hoje, os Jogos Paraolímpicos são eventos de esporte de elite para atletas com deficiência. Eles enfatizam, no entanto, as conquistas dos participantes como atleta, em vez de sua deficiência. O movimento tem crescido dramaticamente desde os primeiros dias. O número de atletas participantes nos Jogos Paraolímpicos de Verão aumentou de 400 atletas de 23 países em Roma, em 1960, para 4.011 atletas de 148 países em Pequim, em 2008.
Os Jogos Paraolímpicos sempre foram realizadas no mesmo ano que os Jogos Olímpicos. Desde os Jogos Paraolímpicos de Seoul em 1988 e nos Jogos Paraolímpicos de Inverno de Albertville em 1992, também têm tido lugar nos mesmos locais dos Jogos Olímpicos. Em 19 de Junho de 2001, foi assinado um acordo entre o COI e do IPC garantindo essa prática para o futuro. Para a licitação de 2012, a cidade-sede escolhida para sediar os Jogos Olímpicos será obrigada também a sediar as Paraolimpíadas. A cidade russa de Sochi sediará a próxima Paraolímpicos de Inverno em 2014, enquanto Londres sediará os Jogos Paraolímpicos em 2012.
As modalidades que estão presentes nos Jogos Paraolímpicos são as seguintes: Arco e Flecha, Atletismo, Basquete em cadeira de rodas, Boccia, Ciclismo, Esgrima, Futebol de 5, Futebol de 7, Goalball, Halterofilismo, Equitação, Judô, Natação, Rugby, Tênis de Mesa, Tênis em cadeira de roda, Tiro e Vela
A primeira Paraolimpíada realizada na cidade de Roma na Itália em 1960, foi precedida pela de Tóquio no Japão em 1964 e de Tel Aviv em Israel no ano de 1968. O Brasil participou pela primeira vez dos Jogos Paraolímpicos em 1972, em Heidelberg, na Alemanha. Em 1976, na Paraolimpíada do Canadá, veio a conquista das primeiras medalhas: Robson Sampaio de Almeida e Luís Carlos “Curtinho” conquistaram a prata no lawn bowls, uma espécie de bocha, jogada sobre a grama. Em 1980, na Holanda, o time de basquete masculino em cadeira de rodas e um nadador marcam a presença do Brasil.
Quatro anos após em 1984, os Jogos ganharam duas sedes: Stoke Mandeville, na Inglaterra, e Nova Iorque, nos Estados Unidos. Na Inglaterra, com a participação apenas de atletas em cadeira de rodas, o Brasil conquistou 21 medalhas. Nos Estados Unidos, os Jogos foram para amputados, cegos e paralisados cerebrais. A atleta Anaelise marcou sua presença, constituindo-se na primeira cega brasileira medalhista do atletismo na prova dos 100m rasos. Aumenta o número de medalhas.
Em 1988, o Brasil conquistou 27 medalhas nos Jogos Paraolímpicos de Seul: quatro de ouro, dez de prata e 13 de bronze. Na classificação geral, voltou como 25º colocado entre 65 países concorrentes. Em Seul, o atleta Luís Cláudio Pereira ganhou três medalhas de ouro no atletismo – no lançamento de disco, dardo e peso – estabelecendo três recordes, dois mundiais – dardo e peso – e um paraolímpico – no disco. A outra medalha de ouro foi da nadadora Graciana Alves.
Em Barcelona, foram conquistadas apenas sete medalhas: três de ouro e quatro de bronze. Os brasileiros, porém, atingiram mais dois recordes mundiais. Um deles, com Suely Guimarães, no disco; o outro, com Luís Cláudio Pereira, no peso. A terceira medalha de ouro foi conquistada por Ádria Santos, no atletismo. Em Barcelona, diante de 92 países, o Brasil terminou na 30ª colocação.
Em Atlanta, EUA, em 1996, a equipe com 58 atletas conquistou 21 medalhas – duas de ouro, seis de prata e 13 de bronze. Antonio Tenório, no judô e José Afonso Medeiros, na natação, conquistaram o ouro. Na classificação geral ficou em 37º lugar entre 114 países. Em Sidney, o Brasil subiu para 24º lugar (entre 126 países), com 22 medalhas – seis ouros, dez pratas e seis bronzes.
Em Atenas 2004, a Delegação Paraolímpica Brasileira teve uma nova melhora conquistando o 14º lugar (entre 146 países). Na bagagem, 33 medalhas – 14 ouros, 12 pratas e sete medalhas de bronze. Clodoaldo Silva se destacou na natação, conquistando 6 medalhas de ouro e 2 de prata, quebrando quatro recordes mundiais, cinco paraolímpicos e 11 parapan-americanos.
Em Beijing 2008, na melhor campanha das Paraolimpíadas, o País terminou em na melhor campanha das Paraolimpíadas, o País terminou em 9º lugar (entre 148 países), conquistando 47 medalhas: 16 de ouro,14 de prata e 17 de bronze. Desta vez o destaque foi Daniel Dias também na natação, e trouxe para casa 9 medalhas, sendo 4 de ouro, 4 de prata e 1 de bronze. Outro grande atleta é o judoca cego Antônio Tenório, que em Pequim conquistou sua quarta medalha de ouro consecutiva em Paraolimpíadas.
Fazendo uma pequena comparação com a posição do Brasil nas Olimpíadas, em Sidney conquistamos o 54º lugar com nenhum ouro, 6 pratas e 6 bronzes. Seguimos em Atenas subindo para 16º lugar com 5 ouros, 2 pratas e 3 bronzes. Em 2008 em Pequim acabamos em 23º com 15 ouros, 14 pratas e 17 bronzes. Isso é somente para ilustrar que as Paraolimpíadas sempre trouxeram mais medalhas e conquistaram melhores colocações que as Olimpíadas, porém o reconhecimento não é proporcionalmente maior.
Em 2 de outubro de 2009, o Rio de Janeiro foi eleito para sediar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, superando Chicago, Madri e Tóquio na eleição realizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) na sessão de Kopenhagen. Com o Rio de Janeiro como cidade-sede, é a primeira vez na história que os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Verão serão realizados no continente sul-americano. Brasil e a cidade anfitriã do Rio de Janeiro estão ansiosos para representar a América do Sul, e dedica-se a proporcionar espaços de classe mundial por toda a cidade para atender os atletas e visitantes de todo o mundo para mostrar a hospitalidade do povo brasileiro e as maravilhas de nosso país.
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