Nos museus, tours especiais e relíquias ao alcance das mãos
Durante séculos, a arquitetura foi a principal ferramenta dos monarcas europeus para ostentar poder – uma disputa evidente nas torres altíssimas e igrejas monumentais. Relutantes em alterar edifícios históricos, os governos locais ainda não encontraram alternativas que os tornem mais acessíveis. Mesmo em prédios modernos – como a Torre de TV de Berlim, de 1969 -, podem não haver opções aos degraus.
Nos museus, não há regra. Quem visita o site do Museu Britânico, por exemplo, descobre que há visitas guiadas para cegos todos os dias, às 11 horas, em que é possível tocar objetos egípcios. Muitos funcionários, contudo, ignoram sua existência. E esta não é uma exceção. Por isso, sempre pergunte pessoalmente. Com sorte, o visitante cego tocará em relíquias como as autênticas esculturas gregas do Neuis Museum e os portões assírios no Museu Pergamon, ambos em Berlim.
Nem sempre há rampas ou elevadores de acesso para cadeirantes. Embora a capital alemã esteja reformando seus museus estatais para torná-los mais amigáveis a deficientes, muitos – entre eles o mais popular, o Pergamon – continuam cheios de degraus inescapáveis. Antes de desistir, pergunte por elevadores de serviço: eles quase sempre estão lá.
As galerias de arte podem ser entediantes para quem não enxerga. Uma saída é pegar os audioguias e escutar as explicações detalhadas dos quadros que você não consegue ver. Os aparelhos costumam ser grátis para cegos e podem ser bem úteis para descrever igrejas e prédios históricos.
A maior parte das atrações, aliás, oferece descontos a pessoas com deficiência. Na Alemanha, por exemplo, o visitante com deficiência normalmente paga o próprio ingresso, mas leva o acompanhante de graça.
Passeios a prédios do governo estão entre os mais acessíveis. Os edifícios da União Europeia em Bruxelas têm entradas adaptadas a cadeira de rodas e visitas guiadas em várias linguagens de sinais. Já em Edimburgo, o parlamento escocês (aberto em 2004) foi construído respeitando padrões de acessibilidade. A beleza da arquitetura moderna do prédio em si já vale a visita, e, para os turistas cegos, há um mapa da Escócia em alto-relevo.
Também sem contraindicações são os passeios ao ar livre. Caminhe sem pressa pela Unter den Linden, principal avenida de Berlim; perca tempo no parque St. James, próximo ao parlamento inglês; flane pelos canais de Amsterdã; suba a colina de Calton para sentir Edimburgo a seus pés. Estes passeios são gratuitos, não têm obstáculos e oferecem a melhor percepção da vida nas capitais europeias. Só isto já fará sua viagem valer a pena.
Fonte: Estadão
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