No Centro-Oeste, grupo supera limitações e encara desafio ao ar livre
Eles praticam um esporte radical – o Mountain Bike, em trilhas no cerrado. Conheça um grupo de aventureiros do Centro-Oeste que superou limitações físicas para encarar um desafio ao ar livre. Adauto entende os cães. Ele ganha a vida adestrando essas feras. A doença degenerativa nos olhos só deixou sombras. Mesmo assim, a confiança em si é total para treinamentos. Adauto mora sozinho – cercado pelos sons da natureza. Para ele, trazem equilíbrio.
“Você vai ficando mais forte, conseguindo lidar melhor com essa situação”, diz o adestrador Adauto Belli.
Sem enxergar há três anos, Reginaldo não desanimou: abriu um negócio – fornece brinquedos para festas. A luta é grande, mas o pequeno Artur mantém o pai confiante.
“A falta de um dos sentidos não quer dizer que a gente vai parar por aqui. A vida continua”, conta o empresário Reginaldo Estevão.
Mas o que impressiona não é só a superação de dificuldades do dia a dia. É o que eles fazem para se divertir. Eles praticam um esporte radical – o Mountain Bike, em trilhas no cerrado. E não estão sozinhos. Muita gente faz o mesmo. As bicicletas de dois lugares vão cortando o cerrado. O condutor dá a direção. Quem não enxerga, vai no banco de trás – fazendo força. Um pedal de parceria… A conversa não para. Tatiane gosta de sentir o vento no rosto.
“Eu quero é pedalar, quero é deixar todo mundo pra trás e ir pra frente” conta Tatiane Ferreira.
A sintonia entre os dois ciclistas vai sendo aprimorada.
“Você tem essa liberdade de poder pedalar tranquilo. Dá pra pedalar até com as mãos soltas”, diz Adauto.
A confiança em quem vai na frente faz a máquina rodar.
“A gente vai com toda cautela possível e é diversão garantida.”, diz Bruno Lago, condutor.
E eles seguem por trechos difíceis. Se embrenham na mata. As manobras impressionam e as quedas também. Mas não importa.
“Tudo isso aí é diversão pra gente”, admite Reginaldo.
A dupla Adauto Belli e Mário Roma participaram também de um grande desafio, a Cape Epic 2011, uma ultra maratona de mountain bike realizada na África do Sul. “Normalmente quando termino uma prova longa tudo é esquecido logo após cruzar a chegada, mas desta vez não sai o cansaço do meu corpo nem de minha mente os inúmeros segundos de força, medo, respeito e alegrias, não tem como descrever o que vivi com Adauto na Tandem da RC BIKES nestes últimos 8 dias pela África. Minha sensação é que teria de dar uma volta ao mundo de avião para descrever o que vivi e acho que isso se transformaria em um livro de tantos momentos épicos , descidas a mais de 70 kh segurando em meus braços uma bike com mais de 3 metros, 140 quilos e levando atrs uma pessoa cega . Não tinha nem como imaginar correr o risco de uma queda, pois seria algo impossível, a tenção é enorme ao mesmo tempo relatando o que vinha pela frente, quando momentos como esse terminava, vinha as enormes subidas onde a força necessária para vencer os 14000 metros de ascensão que percorremos, é surreal”, relata Mário.
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Fonte: Globo
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