Negócios voltados a deficientes florescem com inclusão no mercado

por | 30 jan, 2013 | Turismo Adaptado | 0 Comentários

Um tiro que levou durante sequestro-relâmpago em 2001 fez com que as viagens de Ricardo Shimosakai, 44, tornassem-se um desbravamento à procura da melhor maneira de conhecer outros lugares sobre uma cadeira de rodas.

As primeiras que fez foram para jogar tênis de mesa, acompanhado por uma equipe. Quando foi disputar competição em Curitiba, decidiu ficar mais um pouco na casa de uma amiga e sentiu que era capaz de viajar sozinho.

Quem via as fotos das viagens se interessou: “Começaram a perguntar como eu fazia, a pedir que organizasse viagens”.

Foi esse o início do que mais tarde virou a Turismo Adaptado, uma agência de viagens voltada para pessoas com deficiência. Desde 2004, Shimosakai desenvolve roteiros que pensam nas necessidades do viajante.

Ele diz que, para montar os roteiros, liga para os hotéis, verifica o preparo do local, se tem elevadores etc.

Oito anos depois de seu início, as atividades da turismo estão suspensas porque Shimosakai avaliou não estar conseguindo atender a demanda.

O plano é retomar as viagens neste ano, em parceria com a agência Viamercosul.

Guia de Relacionamento - Folha de São Paulo

INDEPENDÊNCIA

Para o criador da Turismo Adaptado, a maior independência do público com deficiência favorece o seu negócio: “O pessoal tem seu próprio dinheiro e decide o que quer fazer”.

Entre a oferta de produtos e serviços para esse nicho que se aquece conforme mais pessoas são incluídas no mercado de trabalho (325.291, de acordo com dados da Rais divulgados em 2012), estão carros adaptados, escolas de idioma especializadas e equipamentos eletrônicos que facilitam o dia a dia.

Para facilitar o acesso a esses produtos, foram criadas linhas de crédito especiais, como a do Banco do Brasil, para a compra de produtos para pessoas com deficiência no valor de até R$ 30 mil.

Segundo o BB, desde o lançamento da linha, em fevereiro de 2012, foram desembolsados R$ 16 milhões em 3.333 operações.

Exemplo dessa demanda por produtos para o setor é a Reatech (Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade), uma das maiores do setor e que realiza em São Paulo, em abril, sua 12ª edição. No ano passado, foram cerca de 300 expositores.

A Auto Escola Javarotti acompanha esse crescimento. Especializada em preparar condutores com deficiência física, usa carros adaptados. A empresa tem sete unidades, quatro na capital paulista e as demais na Grande São Paulo. A próxima unidade será aberta em Guarulhos.

Para o coordenador de Relações Institucionais da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Cid Torquato, o aumento do poder aquisitivo da população com deficiência fez crescer a oferta de serviços e produtos.

Porém, diz Torquato, ainda existe uma demanda reprimida no Brasil por produtos mais sofisticados, especialmente os digitais.

Segundo ele, ainda é caro e burocrático lançar um produto no mercado e as lojas especializadas, em geral, trabalham com produtos simples, quase hospitalares.

Fonte: Folha de São Paulo

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