A Reserva Biológica (Rebio) União, unidade de conservação (UC) gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), na região noroeste do estado do Rio de Janeiro, juntou dois ingredientes da cidadania – meio ambiente saudável e acessibilidade – para oferecer um atrativo a mais aos visitantes: a trilha inclusiva, adaptada para pessoas com deficiência.
Nesses tempos de Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016, os gestores da UC já se preparam para receber um público maior, formado, principalmente por pessoas vindas de outros estados e países, interessadas em conhecer as belezas naturais da reserva, morada do mico-leão-dourado. A acessibilidade proporcionada pela trilha aumenta ainda mais essa expectativa.
O caminho, batizado de Trilha Interpretativa do Pilão, tem quase um quilômetro de extensão em meio a uma Mata Atlântica bem preservada. Os diversos atributos naturais encontrados no percurso dispõem de placas e outros equipamentos de interpretação, que permitem às pessoas com qualquer tipo de deficiência curtir o passeio, explorando, principalmente, os sentidos.
“Por meio do olfato, tato, audição e visão, os visitantes têm a possibilidade de conhecer um pouco desse ecossistema maravilhoso que é a Mata Atlântica. Isso sem contar com a sensação que sentem ao estar no meio de uma floresta, coisa que muitos não imaginavam poder estar”, diz o chefe da unidade, Whitson José da Costa Junior.
Passarelas permitem a circulação de pessoas usuárias de cadeira de rodas
Segundo ele, o bem estar da floresta, o som dos pássaros, bugios e insetos, o cheiro da mata, o barulho da água escorrendo, o festival de flores e cores, as dimensões das árvores, a diversidade de vidas da Mata Atlântica, tudo isso pode ser explorado. “Os visitantes gostam muito”, garante Junior.
Antes de começar a caminhada na trilha, gestores da reserva dão palestra sobre a unidade de conservação, seus objetivos, sua importância para a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica da região e a sobrevivência de espécies ameaçadas, como o mico-leão-dourado.
Após a caminhada, o visitante é convidado a conhecer a exposição interpretativa, que traz diversas fotos da reserva, sementes e frutos de espécies da Mata Atlântica, moldes de pegadas de mamíferos, pássaros e mamíferos taxidermizados (incluindo dois micos-leões), mortos por atropelamento na BR 101, que passa perto da UC.
A reserva, que abrange áreas dos municípios de Casimiro de Abreu e Rio das Ostras, na chamada região da baixada litorânea norte do estado do Rio, dispõe de boa estrutura. Há espaços para lanches e banheiros adaptados. As visitas duram, em média, três horas e são sempre guiadas por educadoras ambientais capacitadas.
“Não custa lembrar que a Rebio União é uma das moradas do endêmico (só existeente no local) e ameaçado mico-leão-dourado, que, dependendo da sorte do visitante, podem ser avistados durante a caminhada pela trilha interpretativa”, conclui Whitson Junior, ao convidar as pessoas a conhecer a unidade.
Fonte: ICMBio