Democratizar o espaço e dar autonomia a todas as pessoas. É com esse objetivo que 14 placas de sinalização em braile foram instaladas nesta segunda-feira no Museu Nacional de Imigração e Colonização de Joinville. Além destas, outras duas placas devem ser colocadas em espaços que estão em reforma e construção, como o jardim sensorial.
A ação faz parte do projeto “Educação Patrimonial e Acessibilidade – Museu Nacional de Imigração e Colonização, Patrimônio Cultural Brasileiro”, contemplado pelo Conselho Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, do governo federal, iniciado em 2011.
Segundo a educadora do museu, Elaine Cristina Machado, outras ações já foram realizadas no museu e toda a equipe de atendimento passou por formação e conhecimento em braile. Além das placas de sinalização, o museu conta, desde 2013, com o recurso de audioguia. São 15 aparelhos em MP3 que permitem a audiodescrição dos espaços.
Para Elaine, o objetivo é, também, aumentar o número de visitantes no museu e, especialmente, ampliar a acessibilidade do espaço. “A ideia é que as pessoas visitem o museu sem barreiras”, ressaltou.
Segundo a gerente de patrimônio cultural, Anne Elise Soto, o Museu Nacional é precursor na cidade em ações de acessibilidade. Para ela, as pequenas ações que fazem parte do projeto irão futuramente, quando concluídas, proporcionar acessibilidade total ao espaço. O Museu trabalha em conjunto com entidades como a Ajidevi, discutindo ações para promover a inclusão. Avaliações piloto com deficientes são realizadas antes da implantação de cada ação. “A intenção é poder discutir com outras entidades para aos poucos viabilizar acessibilidade a todos os locais”, enfatizou Anne.
O próximo passo que deve ser realizado para promover ainda mais a inclusão é a execução de rampas. Inicialmente, ainda em 2016, devem ser instaladas rampas provisórias em madeira, permitindo o acesso de deficientes físicos a espaços que ainda não podem ser visitados por falta de estrutura.
Visitando o museu no momento em que as placas estavam sendo instaladas, o presidente da Ajidevi (Associação Joinvilense para Integração dos Deficientes Visuais), Paulo Sérgio Suldovski, afirma que a Fundação Cultural e o Museu Nacional estão no caminho correto para promover a inclusão. Para Soldovski, a ação é muito mais ampla e transforma o museu e a Fundação em referências na acessibilidade. “As ações visam a inclusão de todas as pessoas, afinal, acessibilidade tem que ser para todo mundo”, destacou.
Para a coordenadora do Museu de Imigração, Iara Coninck, todas as ações de acessibilidade na unidade são válidas. “A proposta do museu é atingir diferentes públicos. Assim cumprimos nossa função social”, afirmou. E a inclusão social é realidade no local. Voltado para a imigração, o espaço tem acolhido os imigrantes haitianos que chegam a Joinville. Segundo a educadora do museu, ações foram realizadas em 2015 para aproximá-los do espaço e para este ano, a ideia é construir uma exposição com imagens que retratem a experiência deles tanto durante a viagem de seu país natal até Joinville, quanto do cotidiano deles na cidade. A exposição deverá ser itinerante
Fonte: RIC Mais