Mundo: um universo de maravilhas. A oportunidade através do turismo acessível.
Na opinião do Frederico Costa, Portugal acompanha o trabalho desenvolvido por entidades internacionais, sobretudo europeias, onde se destacam as boas praticas levadas a cabo em países como o Reino Unido, Franca, Bélgica, Dinamarca e na vizinha Espanha, por exemplo.
“Trata-se de instituições como a National Accessible Scheme e a Disabled Go (Reino Unido), a Label Tourisme & Handicap (Franca), a Toegankelijk e o European Disability Forum (Bélgica), a Equalitas Vitae Turismo Accesible (em Espanha), a Access Unlimited de Israel ou a Accessibility Labelling Scheme, na Dinamarca” enumera o presidente do Turismo de Portugal.
Para fomentar ainda mais as boas praticas europeias, em abril de 2012, foi assinado um acordo de cooperação entre a OMT e a Fundação ACS, para aumentar a colaboração com a ONCE e ENAT. Já outro acordo chave tinha
sido assinado em 2011 pela OMT, a fundação espanhola ONCE e a ENAT, com o objetivo de possibilitar o acesso universal as instalações e serviços turísticos.
O resultado destes acordos esta em processo de finalização: o manual sobre o Desenvolvimento de Acessibilidade Universal no interesse do turismo para todos, que descreve normas jurídicas e técnicas existentes na acessibilidade
e apresenta uma compilação de boas praticas internacionais sobre esta questão. “E nossa esperança que, através desta iniciativa conjunta, os principais decisores do turismo tenham novas ferramentas e recursos para fazer com que os seus destinos, instalações e serviços sejam cada vez mais acessíveis”, confessa o secretário-geral da OMT, Taleb Rifai.
Ricardo Shimosakai considera que Portugal esta mais avançado em questões de turismo acessível por fazer parte da União Europeia (UE). O diretor da empresa brasileira Turismo Adaptado, vocacionada para a acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida no lazer e no turismo, acredita que o Brasil precisava de um organismo com a influencia da
UE para conseguir dar resposta aos cerca de 25 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. “Temos a MERCOSUL, mas na verdade não tem muita forca, nem tão grande como a UE”, assume.
Ricardo Shimosakai e formado em Turismo e dedica-se ao turismo acessível desde o tiro que levou num sequestro relâmpago e que o deixou paraplégico, em 2001. Desde essa altura que publica no blogue Turismo Adaptado as viagens que vai fazendo para partilhar a informação das condições existentes para as pessoas com deficiência motora, principalmente.
Já esteve em Portugal e assume que “no Brasil tem havido muitas iniciativas, mas ha falta de orientação para fazer as coisas da forma correta”. “Achei que Portugal esta mais avançado do que nos [Brasil]”, confessa. Impressão partilhada por Paula Teles convidada a dar a conhecer as boas praticas que coordena no nosso pais irmão. “Eu acabei de chegar do Brasil e e incrível o atraso que se esta a viver lá em matéria de acessibilidades. Esta muito pior que a Europa”.
Mas na hora de comparar o Brasil com os restantes países da América Latina… “Estamos bem mais a frente, por isso a ideia e fazer esse trabalho envolvendo toda a América do Sul”, adianta Ricardo Shimosakai que quer
estender o consistente trabalho do Turismo Adaptado a todos os países sul-americanos.
O blogue que modera ha mais de dez anos ganhou protagonismo e agora Ricardo Shimosakai participa em palestras, cursos e formações de capacitação em empresas, eventos e escolas. Também e responsável por consultoria em acessibilidades, elabora campanhas de sensibilização e apresenta-se como o único serviço brasileiro de agenciamento de viagens vocacionado para pessoas com deficiência.
Do Brasil, Ricardo Shimosakai destaca São Paulo. “Um sitio muito interessante para ser visitado e creio que e a cidade mais acessível do Brasil, apesar de ser uma cidade muito grande e ter varias coisas por fazer”, diz. Nova Iorque, nos EUA, e a cidade que mais marcou o brasileiro e onde, segundo Nuno Ribeiro do Blog dos Cruzeiros, “os direitos civis tem uma importância que ainda não se verifica ao mesmo nível na Europa e noutros continentes”.
Shimosakai destaca também Barcelona por ter sido uma das sedes das Olimpíadas e Paraolimpíadas. “Aproveitaram o evento e fizeram uma remodelação na cidade em questão as acessibilidades. Tudo ficou como um legado para cidade”. Agora que se aproximam o Mundial 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 o brasileiro não acredita que o mesmo aconteça no Rio de Janeiro. “Já tivemos a experiência dos Jogos Pan-Americanos em que foram feitas acessibilidades ruins e somente para o evento que quando acabou, todas as acessibilidades foram embora”.
“Costumo dizer que quando lá chego não me sinto deficiente”, admite Mafalda Ribeiro em relação a muito referenciada Barcelona quando se fala em acessibilidades. “Porque que chegamos a Espanha e vemos tantos carrinhos de bebe – a taxa de natalidade e maior? Não e. Simplesmente ha muitos anos que os espanhóis tem uma aptidão enorme pela vivencia no espaço publico e tornaram-se muito mais acessíveis. Tem a forca da ONCE que domina muito a atmosfera espanhola e portanto estão muito mais avançados em matéria de acessibilidades”, explica Paula Teles.
Continuando pela enumeração dos destinos exemplares em relação a aposta no turismo para todos, a coordenadora do guia Rota sem Barreiras, Manuela Fialho, que não se esqueceu de citar a cidade de Galdi, prefere dar “um salto” ao Reino Unido. “Londres e uma cidade que esta toda adaptada. E a melhor cidade a nível da Europa. Tem a parte da acessibilidade motora toda ultrapassada e tem trabalhado muito a questão do resto das deficiências, a deficiência mental, a auditiva e visual”, atesta Manuela Fialho.
“Em todo o mundo encontra-se, em todos os países com situações irregulares relacionadas com experiências territoriais, uma paisagem variada de organizações e associações da sociedade civil que trabalham em prol das ofertas de turismo acessível. Eu não tenho conhecimento da existência de um país completamente acessível. Mas podemos testemunhar que continentes inteiros, como a Europa, a América Latina e a África estão a trabalhar cada vez com maior empenho, para abrir o mercado de forma permanente”. Roberto Vitali, diretor da Village for all – V4AR
Fonte: Plural & Singular
Compartilhe
Use os ícones flutuantes na borda lateral esquerda desta página
Siga-nos!
Envolva-se em nosso conteúdo, seus comentários são bem-vindos!
Artigos relacionados
Acessibilidade no ESG. Equipotel aborda o tema para o turismo.
Acessibilidade no ESG, para o mercado do turismo. Equipotel aborda a importância da inclusão da pessoa com deficiência.
Morte Sobre Rodas. Filme inclusivo foi candidato ao Oscar.
Morte Sobre Rodas. Dois protagonistas do filme, são pessoas com deficiência, um usuário de cadeira de rodas e outro com paralisia cerebral.
Paralimpíada de Paris 2024. A deficiência não é um limite.
Paralimpíada de Paris 2024. A cidade luz sedia o maior evento esportivo do mundo para as pessoas com deficiência.
0 comentários