Karatê adaptado para pessoas com deficiência. A real luta pela inclusão.
O apredizado do karatê por pessoas com deficiência mostra que a deficiência está naqueles que não conseguem superar obstáculos. Desde 2008, quando começou a trabalhar com seu primeiro aluno portador de necessidades espeiais, o professor de Karatê e faixa preta 4º Dan, Charles Wilson Teske, 26 anos, focou no aprimoramento da adaptação da técnica milenar japonesa para, quem sabe um dia, atender muito mais do que os dois alunos que tem, em Gaspar e em Doutor Pedrinho.
Porém, primeiro, Charles sabe que terá de vencer o preconceito dos próprios pais, que não apostam na capacidade de seus filhos com deficiência e também desconhecem que o Karatê possui a modalidade kata (sequência de movimentos individuais de ataque e defesa sem contato físico), que não oferece riscos para os alunos. “Muitos pais têm medo, por considerar o karatê uma luta, mas no fundo, queremos difundir a arte”, explicou o professor.
Charles já conversou com a diretora da Associação de Pais e Amigos do Excepcional (Apae) de Gaspar e o objetivo é ter um projeto social que atenda a essas pessoas, que terão muitos benefícios com a prática da modalidade. “Um deficiente tem ganhos consideráveis em sua coordenação motora, aumento da percepção de espaço e noção de ângulo. Um exemplo é meu aluno Maicon Bernardes, de 32 anos, que antes via um relógio e não tinha nenhuma noção. Hoje, ele já conhece, pois teve noção de ângulos”, ressalta o professor.
Charles enaltece a capacidade de aprendizado dos alunos deficientes e diz que eles o enchem de orgulho. “Dizer que eles não são capazes é puro preconceito, pois eles nos honram tanto quanto os outros karatecas. Eles têm vontade de aprender”, destaca o faixa preta.
A admiração do professor pelos alunos com deficiência mental e motora, e sua vontade de trabalhar ensinando-os a ganhar mais mobilidade, contribuindo para sua inclusão social, é explicada pela sua criação. “Tinha deficientes mentais na minha família e isso sempre me fez enxergá-los sem o preconceito que existe na maioria das pessoas”, contou.
Os alunos
Além de Maicon Bernardes, Charles tem como aluno Flávio Tomelin, de 27 anos. O professor conta que no caso de Maicon, que pratica Karatê há quase dois anos, a evolução é muito grande. “Ele chega a me ajudar na demonstração dos movimentos nas minhas aulas infantis. Além disso, está prestes a fazer o exame para faixa roxa e, assim, deixar para trás mais uma etapa cumprida”, diz Charles. Maicon é faixa verde e já passou pela branca, amarela, vermelha e laranja, e já está na metade do caminho até a faixa preta. “Ele vai conseguir”, diz o professor.
O professor
Charles Wilson Teske é faixa preta 4º Dan e dá aulas em Gaspar, na Sociedade Canarinhos, e tem parceria com a Fundação Municipal de Esportes. Pratica Karatê desde os oito anos de idade, e aos 13, foi campeão estadual da modalidade. Charles preza o Karatê como arte e cultura, por isso, é contra o karatê esportivo que estimula a luta e o contato físico.
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Fonte: ADJORI
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Parabéns!!! ideia maravilhosa!!!
Todo o tipo de esporte pode ser adaptado de alguma forma